O avião que transportava o presidente Lula (PT) da Cidade do México de volta para Brasília apresentou problemas na tarde desta terça-feira (1º), após já ter decolado. A aeronave seguia no ar no início da noite, para queimar combustível e poder retornar ao aeroporto de onde havia partido.
A informação foi divulgada pela Força Aérea Brasileira, em nota assinada pelo comandante Marcelo Kanitz Damasceno. O texto afirma que o presidente vai viajar de volta ao Brasil em um outro avião.
Integrantes do governo afirmam que o novo pouso no aeroporto da cidade do México deve acontecer por volta de 21h30. A aeronave reserva, que sempre acompanha os deslocamentos do presidente, está no local para trazer a comitiva de volta.
"Informo que a aeronave presidencial VC-1, que transporta o Senhor Presidente da República no trecho entre o México e o Brasil, apresentou um problema técnico após a decolagem do Aeroporto da Cidade do México", diz a nota.
Segundo o documento, foram "realizados, com sucesso, os procedimentos de segurança para solução do problema apresentado". O texto diz que os pilotos aguardavam o consumo do combustível necessário "para retornarem ao mesmo aeródromo da decolagem, com troca de aeronave e regresso a Brasília."
O sobrevoo para a queima de combustível é uma medida de segurança na aviação. Isso porque os aviões decolam com um peso muito maior, por causa da quantidade de combustível. Pousar com esse peso é considerado uma operação de risco.
Lula estava no México para a posse da nova presidente do país, Claudia Sheinbaum. A cerimônia aconteceu horas antes na sede do poder legislativo, na capital Cidade do México.
O presidente havia chegado ao país no dia anterior, onde teve um encontro com o presidente que deixava o cargo, Andrés Manuel López Obrador, e participou de um evento com empresários dos dois países.
Participaram da posse, além de Lula, a primeira-dama Janja, a ministra Cida Gonçalves (Mulheres), entre outros. O diretor de política monetária do Banco Central e indicado pelo petista para a presidência da instituição, no mês passado, Gabriel Galípolo, está no mesmo voo de Lula.
Galípolo estava na capital mexicana para participar da CCA Consultative Group of Directors of Operations (CGDO), promovida pelo Banco de Compensações Internacionais. Ele também esteve na segunda-feira no fórum empresarial, com brasileiros e mexicanos.
Lula já reclamou algumas vezes do avião presidencial, o chamado Aerolula, que foi comprado por ele mesmo em seu primeiro mandato, em 2005. Um dos principais pontos de crítica é a falta de autonomia, o que obriga a comitiva a fazer escalas em muitas das viagens ao exterior.
Militares da Força Aérea têm como plano preferencial comprar um avião com configuração VIP usado, surgindo como uma possibilidade preferencial a versão executiva do Airbus A330.
Embora um avião zero quilômetro possa sair por mais de US$ 250 milhões (R$ 1,23 bilhão), por baixo, um aparelho usado pode sair significativamente mais barato —talvez menos que US$ 40 milhões (quase R$ 200 milhões), a depender da barganha.