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Doença de Crohn: o que é a comorbidade que afeta Evaristo Costa

Doença não tem cura e pode causar desde diarreia até febre e lesões oculares, mas tratamento leva qualidade de vida para pacientes

Imagem: BSIP/UIG via Getty Images Imagem: BSIP/UIG via Getty Images

Recentemente, o jornalista Evaristo Costa revelou nas redes sociais ser portador da Doença de Crohn, uma doença autoimune que atinge o intestino e pode causar uma série de sintomas pelo corpo.

O relato de Evaristo, que ficou internado em um hospital na Inglaterra, serviu de alerta para muitas pessoas que apresentam alguns sintomas, como diarreia, fadiga, perda de peso fácil. No entanto, é preciso estar atento e não se autodiagnosticar com base com o que se lê na internet.

De acordo com o médico Rogerio Saad-Hossne, membro titular da Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBC), a incidência média de novos casos de Doença de Crohn no Brasil é de 7 a cada 100 mil habitantes.

Segundo o Hospital Israelita Albert Einstein, a doença atinge diferentes partes do intestino, em especial o íleo, que fica na parte final do intestino, e o cólon, que representa a parte central do intestino grosso.


		Doença de Crohn: o que é a comorbidade que afeta Evaristo Costa
Evaristo Costa revelou recentemente que convive com Crohn. (Foto: Reprodução).


Segundo a instituição, os principais sintomas são diarreia persistente, que leva à perda de peso, cólicas abdominais e até mesmo sangue nas fezes. Há ainda os sintomas que vão para além do sistema gastrointestinal, como cansaço generalizado, lesões oculares, de pele e musculoesqueléticas, febre, artrite e cálculo renal.

Os sintomas variam de uma pessoa a outra. De acordo com a instituição, existem três graus da doença, que são leve, moderado e grave. Em casos onde surgem abscessos graves, a drenagem se faz necessária.

A cirurgia pode ser uma opção para o paciente conforme a situação evolui, especialmente se houver desenvolvimento de fístulas ou obstruções intestinais.

Com o progresso da doença, muitos pacientes acabam passando por procedimentos cirúrgicos devido a complicações. Algumas opções de tratamento são o uso de imunossupressores e terapias biológicas.

É possível viver com Crohn

A química e voluntária da Associação Nacional de Pacientes com Doenças Inflamatórias Intestinais (DII Brasil), Yasmin Rigueto, de 32 anos, convive com a doença desde 2019, e desde então tem travado uma batalha contra algo que, no início, não fazia ideia do que fosse.


		Doença de Crohn: o que é a comorbidade que afeta Evaristo Costa
Yasmin foi diagnosticada com Crohn há quatro anos. (Foto: Reprodução/Redes sociais).


"Em agosto de 2019 eu tive o primeiro sintoma, que foi inchaço nos tornozelos. A partir dali, eu tive mais outros 8 sintomas, e só depois de 4 meses com todos esses sintomas que finalmente consegui o diagnóstico correto", afirma.

Yasmin apresentou todo os sintomas já mencionados anteriormente, como Dor e inchaço nas articulações, anemia, perda de peso, dor abdominal, febre, diarreia, inflamação nos olhos e na pele.

"Foi uma das fases mais difíceis que já passei na minha vida, eu ia a muitas consultas médicas, fazia vários exames e ninguém conseguia descobrir o que eu tinha. O tempo passava, os sintomas pioravam e eu achei que eu fosse morrer. Era desesperador e eu chorava todos os dias, eu não aguentava mais", desabafa.

Ela conta que, após o diagnóstico, se sentiu mais aliviada, pois sabia do que se tratavam todos os sintomas.

"Assim que eu tive o diagnóstico de Doença de Crohn, eu senti um alívio! Apesar de eu nunca ter escutado falar nesse nome, não saber nada sobre a doença e ser uma doença que não tem cura, eu me senti aliviada sim, por finalmente ter um diagnostico correto", Yasmin Rigueto

A partir do diagnóstico, Yasmin percebeu que podia ter esperanças e uma chance de viver sem percalços. Atualmente, ela possui uma página no Instagram, chamada de Meu Diário de Crohn, com quase 24 mil seguidores. Lá, ela publica curiosidades sobre a doença, sinais de alerta, quiz, como são feitos os exames, além de publicar relatos de seguidores que lutam diariamente contra a doença.

Agora com a doença controlada, Yasmin comemora, mas também tem seus momentos de medo, o que não a impede de olhar para a frente e saber que é possível conviver com a doença.

Mas sim, durante esses quatro anos de tratamento, existem dias que não me sinto forte, que canso, que choro e não queria ter a doença. E eu me permito viver esses sentimentos, mas minha escolha sempre foi e sempre será vencer e enfrentar a doença da melhor forma; aprendi a conviver com ela e com todas as adaptações que precisei fazer, eu escolhi ser feliz mesmo com Crohn e sei que é possível! Yasmin Rigueto

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