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Crianças são as mais afetadas por transtornos alimentares pós pandemia, afirma estudo

Pesquisa realizada nos EUA atestou elevação nos casos

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Que a pandemia de COVID-19 causou uma ampla transformação no modo de viver de milhões de pessoas espalhadas pelo globo, é fato, porém, há alguns pontos que tem levantado preocupação dos estudiosos. Um estudo realizado nos Estados Unidos da América, atestou aumento de 87% nos casos das doenças causadas por transtornos alimentares em crianças e adolescentes após o período de emergência global causado pelo Corona vírus.

Pesquisadores da Universidade de Harvard (EUA), promoveram um levantamento sobre o número de atendimentos de pacientes com idades entre 12 e 17 anos, realizados mensalmente em 38 hospitais pediátricos do país. O estudo avaliou exatamente dois períodos distintos, antes e depois das restrições impostas pela pandemia de covid-19.

Os resultados surpreenderam, ao apontar que nos 27 meses anteriores a crise sanitária de covid-19, as unidades hospitalares registraram 2.793 atendimentos diretamente ligados a distúrbios alimentares. Já no contexto pós pandemia, o valor quase dobra, e chega a casa dos 5.217 atendimentos, aproximadamente 87% de aumento dos casos avaliados. Em sua maioria, os casos figuram em mudanças no ritmo cardíaco, grave desidratação e até perda de peso em excesso, além de casos de compulsão, anorexia e bulimia.

A National Association of Anorexia Nervous and Associated Disorders (ANAD), em tradução livre, Associação Nacional de Anorexia Nervosa e outros Distúrbios Associados, aponta que dos 9% do total de habitantes em todo o mundo que são afetadas por transtornos alimentares, a maior parcela de pessoas afetadas é de mulheres, com maior nível presente entre os 15 e 19 anos de idade.

De acordo com a nutricionista Tahyná Letícia Winter, acredita que os fatores psicológicos são realmente os principais causadores do aumento destes transtornos.


		Crianças são as mais afetadas por transtornos alimentares pós pandemia, afirma estudo
Arquivo Pessoal - Tahyna Winter

“Acredito que os fatores psicológicos, durante a pandemia, tiveram um impacto significativo para o aumento desse índice. O tempo em isolamento, durante a pandemia, aumentou o tempo de uso das redes sociais e um afastamento do mundo real, gerando em crianças e adolescentes esse sentimento da necessidade de alcançar a perfeição publicada nas redes sociais.” Tahyná Leticia Winter Nutricionista

Tahyná salienta que além do fator ligado aos hábitos alimentares, o padrão de beleza propagado pelo meio virtual, por vezes mascarado com filtros e grandes edições, contribuem para gerar nos jovens e adolescentes este sentimento de não pertencimento.

“No universo das mídias digitais, temos uma perfeição alcançada através de filtros, edições, cliques perfeitos e inúmeras tentativas, com erros e acertos. Ao consumir esse tipo de conteúdo por um longo período, uma mente jovem pode não conseguir ter essa percepção e querer trazer esses momentos perfeitos para o dia a dia, gerando sentimento de frustração e ansiedade nos momentos de erros e vulnerabilidade naturais dos seres humanos, mas que são descartados nas redes sociais.” Tahyná Letícia Winter Nutricionista

A nutricionista mineira faz um alerta aos pais e responsáveis, pontuando que a conscientização para hábitos alimentares saudáveis e uma relação familiar pautada pelo diálogo, observação dos filhos e maior compreensão, são preponderantes para se prevenir distúrbios alimentares.

“É de fundamental importância que criemos essa conscientização entre as crianças e adolescentes, de que o mundo real é diferente do que vemos através das telas. Ao passar por esses momentos, o diálogo atrelado a observação do comportamento dos filhos, é a ferramenta crucial para demonstrar apoio e aplicar uma intervenção efetiva” finalizou. Tahyná Letícia Winter Nutricionista

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