Dados do Ministério da Saúde revelam um crescimento alarmante nos acidentes com escorpiões no Brasil, que registrou 202.324 notificações em 2023, um aumento de 20.243 casos em relação ao ano anterior. Pela primeira vez, o total de incidentes ultrapassou a marca de 200 mil, e o número de óbitos saltou de 92, em 2022, para 134, superando até as mortes por picadas de serpentes, que somaram 133.
A região Sudeste lidera em número de acidentes com 93.369 casos, seguida pelo Nordeste com 77.539, Centro-Oeste com 16.759, Sul com 7.573 e Norte com 7.084. Dentre as espécies mais perigosas estão o escorpião-amarelo (T. serrulatus), encontrado em todas as regiões, e o escorpião-preto-da-amazônia (T. obscurus), comum no Norte.
A maior parte dos casos (65,92%) ocorreu em áreas urbanas, destacando a crescente adaptação desses aracnídeos ao ambiente residencial. No que diz respeito à gravidade, 89% dos acidentes foram classificados como leves, enquanto 5,99% foram moderados e 0,77% graves. Os sintomas mais frequentes incluem dor (85,69%) e inchaço (64,55%).
O caso de Ariane Póvoa, que encontrou um escorpião no berço de sua filha em um apartamento, é um exemplo das situações que se tornam cada vez mais comuns, gerando um alerta para o risco crescente desses acidentes em áreas urbanas e residenciais.