O governador Ronaldo Caiado (União Brasil) alertou o secretariado: o foco é a administração e não as eleições municipais do ano que vem. “Não é hora de tratar de eleições. Tudo ao seu tempo. O pleito vai ocorrer ano que vem, a partir de julho. Temos que priorizar as ações administrativas do nosso governo”, advertiu Caiado em reunião com o secretariado, no Palácio das Esmeraldas.
Durante entrevista coletiva, o chefe do Executivo estadual afirmou que a função de discutir o processo eleitoral cabe aos partidos e não ao setor administrativo de um governo, o qual, segundo ele, tem que focar naquilo que a sociedade deseja. “O setor administrativo tem que focar naquilo que a sociedade deseja para ele. Já pensou, o pessoal imaginando que você elegeu um governador para estar pensando numa hora dessa em campanha eleitoral, e ele precisando cada vez mais de políticas sociais, melhorar cada vez mais as condições para ele chegar lá?”
Para ele, não se pode ter o sentimento de perda de função, na hora em que a “função nossa é de gestor e de ter que responder à sociedade neste momento”. Caiado destaca que sua preocupação, como gestor do Estado, é de superar todos os desafios.
Conforme o governador, a discussão de uma pauta eleitoral agora não tem sentido: “Eu não posso antecipar uma pauta que não tem sentido. Quer dizer, você está há mais de um ano da eleição, você começar a discutir um processo eleitoral agora… isso é função sem dúvida nenhuma dos partidos, da classe política que desejar, mas não do setor administrativo de um governo.
Fora de pauta
Caiado reforçou ter dito ao seu secretariado que também não aceita que o assunto seja debatido pelos titulares das pastas estaduais, tampouco que os mesmos declarem apoio à alguma candidatura. A exigência é que os auxiliares apresentem resultados, ressaltou Caiado.
“Fiz uma reunião com todos os meus secretários. Convoquei todos os secretários e presidentes para dizer a eles: olha, essa pauta não é pauta que vai ser colocada agora e nem aceito que isso seja debatido e que ninguém de vocês se pronuncie em favor de campanhas eleitorais neste momento. É a função de cada um prestar atenção na sua secretaria, fazer a tarefa de casa e vir para cá com resultado para a população”, pontuou.
União Brasil
Em relação à sua atuação como presidente do União Brasil em Goiás, Ronaldo Caiado aponta que as tratativas da legenda visam estabelecer um representante de acordo com a relevância da legenda no cenário nacional. Para o governador, porém, questões internas e campanha eleitoral são objetivos distintos, discutidos de maneiras diferentes.
“Essa ação nacional tem sido feita por nós, com o objetivo de dar ao União Brasil, uma voz que realmente represente a importância dos membros que compõem o União Brasil, tanto nos Estados como também no Congresso Nacional. Isso é um assunto o qual eu tenho tratado diante da necessidade de fazer com que o União Brasil tenha alguém que possa vocalizar pela estatura pela representatividade e ao mesmo tempo pela importância e a relevância deste partido no cenário nacional.”
O governador ressaltou que tem uma visão não de campanha eleitoral, mas uma visão de discutir o partido, totalmente diferente. “São coisas distintas, um problema interno do qual nós estamos discutindo. Outro problema é a campanha eleitoral que será feita no período próximo”, concluiu.
Daniel afirma que ainda é “precoce” definir nomes para ao pleito municipal
O vice-governador Daniel Vilela, presidente do MDB de Goiás, concorda com o governador Ronaldo Caiado, que as eleições municipais devem ser discutidas apenas no ano que vem. Em conversa informal, Caiado e Daniel acertaram que o tema deve ser tratado pela base aliada apenas em março de 2024. “No momento certo, junto com o governador, nós vamos tomar as iniciativas e comunicar a todos”, disse o vice-governador.
Em Goiânia, a principal aposta do MDB era o de Ana Paula Rezende, que sinalizou que não pretende disputar a prefeitura da capital. Apoiadores da filha de Iris Rezende Machado, preparam um ato político denominado “Volta Ana Paula”, na expectativa da candidatura da emedebista. “Não tenho conhecimento desse movimento, mas acho que a Ana Paula tem muita experiencia pela vida que passou ao lado do pai dela para tomar as decisões e fazer todos os tipos de manifestações”, afirma Daniel Vilela.
Com a recente filiação do prefeito de Aparecida de Goiânia, Vilmar Mariano, e a vitória de Marcelo Paula como prefeito de Cachoeira Alta – por meio de eleição suplementar realizada em 6 de agosto -, o MDB, partido presidido em Goiás pelo vice-governador Daniel Vilela, já contabiliza 35 prefeitos – além de 21 vice-prefeitos.
Ao menos seis destes gestores ingressaram na sigla depois que Daniel tomou posse como o número 2 na hierarquia do Executivo goiano. Além de Vilmar Mariano, entraram nos quadros emedebistas: Major Eldecírio (São Luís de Montes Belos), Professor Kelton Pinheiro (Bonfinópolis), Kleber Marra (Caldas Novas), João Henrique (Porteirão) e Fabiano Queiroz (Campestre).
Como dirigente partidário, Daniel age habilmente na condução destas filiações, em alinhamento com o governador Ronaldo Caiado, a quem ele se refere como “líder da base aliada”.
As filiações destes prefeitos somam-se às outras que Daniel tem feito em eventos específicos, onde abona pessoalmente as fichas dos novos emedebistas. Como exemplo, em Trindade e em Bonfinópolis nesta semana, quando ingressaram oficialmente no partido o ex-prefeito da Capital da Fé, Jânio Darrot, e os vice-prefeitos destas duas cidades, respectivamente Pastor Alcione (que deixou o Republicanos) e Lucas Moreira (que saiu do PSC), além de lideranças e pré-candidatos.
“O partido quer garantir a eleição de pelo menos 50 gestores no ano que vem”, confidencia Daniel. Otimista, acredita ainda que meta pode ser batida e até ultrapassada, sobretudo com a parceria que será feita em vários municípios com o União Brasil de Ronaldo Caiado, que é o parceiro prioritário na montagem das alianças para as eleições municipais.
A movimentação do MDB, na capital e no interior do estado, tem tudo a ver com 2024. Mas não é só isso: já vem pensada para as eleições de 2026, quando o vice-governador, possivelmente à frente do Palácio das Esmeraldas, deve disputar a reeleição.