A Primeira Dama, Rosângela da Silva, a Janja, pediu recentemente à Polícia Federal que faça uma varredura em seu gabinete no Palácio do Planalto em busca de uma possível escuta oculta.
Como os pedidos da primeira-dama costumam ser atendidos de imediato, a PF logo identificou a equipe que realizou o atendimento com absoluta reserva.
Segundo fontes do governo, nada foi encontrado.
O pedido é mais uma prova da conhecida desconfiança que Janja - mais até do que o próprio presidente Lula - tem em relação às Forças Armadas, que até os últimos dias do governo Bolsonaro tinham acesso amplo, geral e irrestrito a todos os prédios dependentes do palácio.
Claro, a varredura era para verificar se não havia nenhum dispositivo transmissor estrategicamente deixado na sala para espionar o que estava acontecendo lá.
Chamar a Polícia Federal para fazer o trabalho é ilustrativo por si só. Em governos anteriores, tais varreduras eram realizadas no Planalto e em outras repúblicas destacadas pelos serviços de inteligência militar, especialmente o Exército.
Por mais que insista que sua segurança pessoal ficará a cargo da Polícia Federal, Janja preferiu confiar à PF – e não à quadrilha uniformizada – a tarefa de rastrear eventuais aparelhos de espionagem.
Ao solicitar o exame, a primeira-dama não especificou se a medida é apenas uma precaução, ou se desconfia em algum momento que o conteúdo de alguma conversa que teve no gabinete foi parar onde não deveria.