Militares do Exército e do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) retiraram nesta sexta-feira, 12, as barricadas posicionadas na via de acesso aos Palácios da Alvorada e do Jaburu. Os agentes removeram todas as barreiras físicas numa operação que durou pouco mais de um hora e envolveu dois caminhões com suspensores hidráulicos para mover os blocos de concreto.
A retirada das barricadas foi ordenada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na operação também foi removida a guarita na qual ficavam posicionados agentes do GSI e do Exército responsáveis por identificar os visitantes que tentavam acessar os Palácios. Segundo apurou o Estadão, a guarita de identificação deve ser remontada próxima ao Alvorada em vez de ficar no início da avenida que leva até o prédio.
Lula determinou a remoção de todas as cercas que protegem os edifícios do Executivo federal, como o Palácio do Planalto e o Itamaraty em Brasília. O presidente chegou a descer a rampa do Planalto na última quarta-feira, dia 10, para ver a fachada do prédio sem as grades que o cercavam desde as manifestações de junho de 2013.
A medida ordenada por Lula ocorreu um dia após o Estadão divulgar que o governo abriu uma licitação para contratar empresa responsável pela instalação de até 62 mil alambrados de proteção na Esplanada dos Ministérios.
Na última quarta-feira, Lula disse que iria conversar com o ministro do GSI, general Marcos Amaro, para retirar a "muralha" que impedia o acesso de visitantes não identificados ao Alvorada e Jaburu.
"Agora tem tanto empecilho para chegar no Palácio do Alvorada, não sei se vocês já viram os bloqueios que fizeram lá", disse. "Quem faz uma quantidade de bloqueio daquela é porque está com medo de alguma coisa. Não é possível que tenha que ter um monte de muralha para poder chegar na casa do presidente, que era uma coisa para tirar fotografia. Eu vou aos poucos retirando aquilo lá. Nós precisamos fazer com o que o Brasil volte a ser civilizado", afirmou.
Segundo Lula, o ex-presidente Michel Temer (MDB) instalou as grades no local porque o Brasil "viveu um momento de constrangimento democrático e era preciso cercar a casa". Ainda de acordo com Lula, "quando se é presidente" não é necessário esse tipo de medida.
As grades de proteção instaladas em volta dos principais prédios da Praça dos Três Poderes se tornaram parte da paisagem de Brasília na última década por conta de protestos e tentativas de invasão.