O Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva e sua equipe de ministros passaram por uma certeira prova de fogo quanto ao seu poder de articulação política dentro do parlamento. O dia de ontem foi marcado por grande tensão durante a votação da Medida Provisória que trata da reestruturação dos ministérios do atual governo. A MP perderia a validade nesta quinta-feira, 01, caso não fosse aprovada, e provocaria o retorno da esplanada ao contexto em que estava inserida no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.
A sessão da Câmara dos Deputados que votou a medida, se estendeu até quase meia noite da última quarta-feira, 31. Em meio a discursos acalorados, situação e oposição disputaram a narrativa; de um lado a oposição argumentando que o aumento no número de Ministérios, de 24 para 37, elevariam os gastos da máquina pública e por isso a MP não deveria ser aprovada, do outro, a situação usando como escudo a Constituição Federal, afirmando ser direito do governo eleito ditar sua forma de governar.
O anjo da guarda do Presidente Lula teve trabalho, mas conseguiu lograr êxito em salvar a estrutura desenhada pelo chefe do executivo para o exercício de seu terceiro mandato. Com larga vantagem, 337 favoráveis e 125 contrários, a o projeto foi aprovado pela câmara dos deputados, porém, isso não significa que a o governo petista conquistou base sólida para seguir pelos próximos 3 anos e 6 meses, as críticas a falta de diálogo com o congresso imperaram durante a votação.
Na manhã desta quinta-feira, nos 45’ do segundo tempo, a medida foi votada e aprovada pelo Senado Federal, sem maiores dificuldades, obtendo um placar de 51 votos favoráveis e 19 contrários. O texto final aprovado, que segue para sanção presidencial, promoveu desidratação de algumas pastas, a exemplo da transferência da competência de demarcação de terras indígenas do Ministérios dos Povos indígenas para o Ministério da Justiça e Segurança Pública Comandado por Flávio Dino.