O ex-ministro chefe do Gabinete de Segurança Institucional do Governo de Luiz Inácio Lula da Silva prestou depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) na manhã desta quinta-feira, 22. Durante sua fala, o General Gonçalves Dias descreveu quais foram suas ações dentro do Palácio do Planalto durante os ataques antidemocráticos de 8 de janeiro.
O General negou que tenha dedicado apoio aos vândalos que invadiram as sedes dos poderes da República, segundo ele, as acusações de que teria facilitado a ação dos invasores não passam de narrativas.
"Existe narrativa de que eu facilitei. [...] Eu não mandei distribuir água e esse procedimento do major Natale está sendo ouvido em um processo de sindicância que eu mandei apurar. Mandei processo para apurar tudo que tinha acontecido e se houve responsabilidade das pessoas" pontuou General Gonçalves Dias
Durante a inquirição, o ex-GSI afirmou de maneira veemente que assistiu o ocorrido do térreo do Palácio do Planalto. Segundo ele, daquele local ele pode assistir ao rompimento do bloqueio da Polícia Militar do DF, alegou que os manifestantes que chegaram ao estacionamento do palácio também conseguiram furar o bloqueio de uma pequena tropa do Batalhão da Guarda Presidencial. Para ele, os manifestantes agiram como se tivessem recebido orientações, pois operavam de maneira coordenada.
Assisti ao último bloqueio da PM de Brasília ser rompido antes que os vândalos chegassem ao Planalto. [...] Vi os manifestantes descerem da sede do Ministério da Justiça para o Palácio do Planalto. [...] Ao ultrapassarem o estacionamento, eles encontraram uma tropa pequena do Batalhão de Guarda Presidencial, mas furaram esse bloqueio. [...] Na avenida em frente ao Planalto, a resistência da PM foi vencida. A partir daí, começaram a agir como se tivessem uma coordenação e atuação, como se fossem cercar o Planalto” afirmou General Gonçalves Dias
Dias afirma que apesar de ter sentido o ímpeto para reagir e confrontar os vândalos, ele se valeu de autocontrole para se concentrar em sua missão. Diante dos questionamentos feitos pelos parlamentares, o General se justificou por ter adotado uma postura considerada por alguns como destoante a que era esperada de alguém que ocupa o cargo que ocupava. Segundo ele, foi adotado um protocolo para se evitar confrontos sangrentos e baixas humanas.
“Quando subi do 2º para o 3º andar, numa sala de reuniões contígua ao gabinete presidencial, encontrei uma senhora, uma mulher mais jovem e um rapaz. A senhora estava assustada. A mulher, neutra. O rapaz estava profundamente alterado. Tivemos algumas altercações, evitei a violência e conduzi todos eles e mais alguns para o local de acesso à escada que os levaria ao 2º andar. Eu havia determinado que as prisões fossem feitas no 2º andar.” General Gonçalves Dias
O ex-ministro afirmou, que fez tudo que estava em seu alcance, e conseguiram restaurar o controle público e institucional da ordem.
“Restauramos o controle público e institucional da Ordem, sem nenhum confronto que tenha posto em risco vidas humanas – nem do nosso lado, nem do lado dos vândalos. Fiz tudo o que estava ao meu alcance.” finalizou General Gonçalves Dias