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Contador de Jair Renan Bolsonaro está sendo investigado por fraudes fiscais

Investigação revela supostas fraudes e crimes financeiros ligados à empresa do filho do ex-presidente

Foto: Reprodução/Instagram Foto: Reprodução/Instagram

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) está investigando o contador da empresa de Jair Renan Bolsonaro no âmbito da Operação Nexum, que tem como foco crimes de lavagem de dinheiro. Segundo informações apuradas pela coluna 'Na Mira' do jornal Metrópoles, o contador está sob investigação devido a supostas fraudes em documentos e declarações fiscais relacionadas à empresa de Jair Renan.

O nome do contador não será divulgado para não prejudicar as investigações em curso. A operação da PCDF está apurando crimes contra a fé pública, associação criminosa e possíveis danos ao erário do Distrito Federal.

Na última quinta-feira (24/8), o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro foi alvo de busca e apreensão pela Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Ordem Tributária (Dot/Decor), unidade da Polícia Civil do DF (PCDF).

O principal alvo da operação é Maciel Carvalho, de 41 anos, que foi empresário de Jair Renan e possui um histórico criminal que inclui falsificação de documentos, estelionato, organização criminosa, peculato, lavagem de dinheiro, corrupção ativa, uso de documento falso e disparo de arma de fogo. Maciel foi preso em Águas Claras.

Outro alvo da operação, Eduardo dos Santos, já estava sendo procurado pela polícia por um homicídio e permanece foragido.

Segundo informações do Metrópoles, a empresa que Jair Renan gerenciou por um ano registrou um faturamento de aproximadamente R$ 4,5 milhões. Entre julho de 2021 e julho de 2022, a empresa RB Eventos e Mídia Eirelli, sob investigação da PCDF, recebeu valores consideráveis por supostos contratos de propaganda e mídia. Esses valores eram surpreendentemente elevados para uma empresa com pouca expressão no mercado de comunicação, que tinha um capital social modesto de apenas R$ 105 mil.

Após receber valores mensais superiores a R$ 300 mil, a empresa misteriosamente encerrou suas atividades, mesmo após um aparente sucesso financeiro. A RB funcionou de novembro de 2020 a março de 2023, quando a administração foi transferida por Jair Renan para Marcus Aurélio Rodrigues dos Santos em uma transação denominada "doação", sem envolver valores.

Uma outra operação, chamada Falso Coach, da Coordenação de Repressão ao Crime Contra o Consumidor, a Propriedade Imaterial e a Fraudes (Corf), investigou o uso de documentos falsos para registro e comércio de armas de fogo, bem como a promoção de cursos e treinamentos de tiro por meio de uma empresa que usava um "laranja" como titular. Maciel foi preso em flagrante por posse irregular de arma de fogo.

A atual investigação resultou de materiais apreendidos nas operações anteriores, revelando um esquema de fraudes que inclui estelionato, falsificação de documentos, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro, para proteger o patrimônio dos envolvidos.

A investigação também identificou uma associação criminosa que utiliza "testas de ferro" para ocultar os verdadeiros proprietários de empresas fictícias ou "fantasmas" utilizadas pelo alvo principal e seus cúmplices.

Os mandados de busca e apreensão foram executados em diferentes locais, incluindo o Sudoeste, onde Jair Renan possui um apartamento, e Santa Catarina, onde o filho "04" do ex-presidente atua como assessor do senador Jorge Seif (PL). Além disso, mandados foram cumpridos em endereços de supostos comparsas, incluindo um "testa de ferro" usado pelo grupo para representar a propriedade das empresas.

A Operação Nexum envolveu 35 policiais do Decor e da Divisão de Inteligência Policial da PCDF, bem como da Polícia Civil do Estado de Santa Catarina. Os investigados são suspeitos de vários crimes, incluindo falsidade ideológica, associação criminosa, estelionato, crimes contra a ordem tributária e lavagem de dinheiro.

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