O governador Ronaldo Caiado (União Brasil) tomou posse, de forma remota, para seu segundo mandato, em solenidade realizada neste domingo (1º) na Assembleia Legislativa de Goiás. Ele encontra-se em São Paulo, em recuperação de cirurgia cardíaca a que foi submetido em 8 de dezembro último.
Conseguimos reequilibrar as finanças do estado e não atrasamos repasses de duodécimos aos demais Poderes e nem os salários dos servidores públicos”, Ronaldo Caiado Governador de Goiás
O governador usou seu discurso para fazer críticas à gestão que antecedeu a sua (comandada pelo PSDB) e destacou melhorias realizadas durante os últimos quatro anos.
Sem citar os nomes dos ex-governadores Marconi Perillo (PSDB) e José Eliton (na época, no PSDB; hoje, PSB), Caiado usou palavras como “caos” e “descaso” para definir a situação na saúde e na educação, e citou a existência naquela época de casos de corrupção.
Caiado disse, por exemplo, que a antiga Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (Agetop) era instrumento para caixa 2 em campanhas eleitorais. De acordo com Caiado, sua gestão termina com R$ 9,2 bilhões em caixa.
Ao reafirmar compromisso com o combate às desigualdades sociais no segundo mandato, o chefe do Executivo destacou: “Não podemos nos esquecer de que somos os porta-vozes dos mais vulneráveis: os pobres e os miseráveis que compõem o cadastro da pobreza”. Caiado afirmou que pretende fazer novos investimentos no estado: “Vou criar programas sociais inclusivos, transformadores e emancipadores; gerar mais empregos; construir mais rodovias de qualidade; pontes, habitações e tantas outras demandas que nossa população merece”, afirmou Caiado.
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Acompanhado da mulher, a presidente de honra da Organização das Voluntárias de Goiás (OVG) e coordenadora do Gabinete de Políticas Sociais (GPS), primeira-dama Gracinha Caiado; e das filhas Maria e Marcela – que colocaram a faixa de governo no pai –, o governador agradeceu pela confiança: “Quero agradecer a Deus e ao Divino Espírito Santo por esse momento tão especial e pelos meus 1.806.892 votos. Afirmo que serei o governador de 7,3 milhões de goianos que vivem, estudam, trabalham e produzem em nosso Estado”, disse.
Caiado também prometeu continuar trabalhando com respeito ao dinheiro público, o que foi fundamental para a recuperação das finanças de Goiás.
Goiás hoje é referência nacional pelos resultados obtidos, dando uma oxigenada em vários setores, tendo uma educação pública de qualidade, saúde pública regionalizada e uma segurança pública que é referência em números em todo o país” Ronaldo Caiado Governador de Goiás
Cerimônia
O vice-governador Daniel Vilela participou do evento presencialmente. Ao lado de sua esposa, Iara Vilela, Daniel foi recebido pelo presidente da Assembleia, Lissauer Vieira (PSD). Em São Paulo, Caiado recebeu a faixa de governador das filhas Ana Vitória e Marcela.
O deputado estadual Antônio Gomide (PT) fez discurso como representante da oposição. O petista enalteceu o processo democrático que levou Caiado ao segundo mandato e fez cobranças de investimentos em áreas como combate à fome, de saúde e de educação.
Em relação ao desenvolvimento social e habitação, Gomide sugeriu parceria entre o governo estadual e federal, que a partir de hoje é comandado por seu correligionário Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O líder do governo, Bruno Peixoto (UB), foi o responsável pelo discurso da base. O deputado abriu sua fala classificando os quatro anos do primeiro mandato de Caiado como “atípicos e desafiadores”. Peixoto lembrou dívidas herdadas por Caiado de gestões anteriores, folhas de pagamento atrasadas e o enfrentamento à Covid-19. O parlamentar citou trabalho do governo pelo ajuste das finanças e investimentos em diferentes áreas, como educação, saúde e segurança público.
Remoto
Ronaldo Caiado participou da posse por videoconferência porque está em São Paulo se recuperando de cirurgia no coração realizada no início de dezembro. O cenário desmobilizou lideranças do interior. O plenário teve cadeiras não ocupadas e a galeria estava esvaziada.
Atestado médico assinado pela médica Ludhmila Hajjar recomendou repouso relativo ao governador até 23 de janeiro. Ainda não há data confirmada de quando o governador deve retornar a Goiás, mas pessoas próximas afirmam que ele deve fazer a viagem nas próximas duas semanas.
A solenidade foi comandada pelo presidente da assembleia, o deputado Lissauer Vieira (PSD), no plenário Iris Rezende. O deputado Virmondes Cruvinel (UB) foi até São Paulo, levando o termo de posse para que Caiado pudesse assinar.
Participaram do evento secretário estaduais, o prefeito de Goiânia, Rogério Cruz (Republicano), o procurador-geral de Justiça Aylton Vecchi é a reitora da Universidade Federal de Goiás, Angelita Pereira.
Na posse, Caiado estava acompanhando da esposa, Gracinha Caiado, e das filhas, que colocaram a faixa de governo no pai. Caiado leu o juramento, prometendo defender a Constituição e leis do estado. Em seguida, assinou o termo de posse. Na solenidade, também foi empossado o vice-governador Daniel Vilela (MDB).
O mandato do governador vai deste domingo até o dia 5 de janeiro de 2027.
Conforme a assessoria, atendendo recomendação médica, Caiado deve permanecer em repouso relativo por 45 dias a partir da data da cirurgia de revascularização do miocárdio - procedimento conhecido como ponte de safena-, que foi feita em 8 de dezembro.
Segundo o atestado divulgado pela médica Ludhmila Hajjar, responsável pelo procedimento cirúrgico, o objetivo é garantir a total recuperação do paciente, evitando aglomerações e a exposição a infecções, como, por exemplo, os vírus causadores da Covid-19.
Caiado foi reeleito no primeiro turno com 1.806.892 votos, o que representa 51,81% do total. Gustavo Mendanha, segundo lugar na votação, teve 25,20%.
Daniel Vilela lembra legados de Maguito e Iris em prol de Goiás
Recém-empossado como vice-governador de Goiás, Daniel Vilela (MDB) teve um papel de destaque na aliança da legenda com a campanha de Ronaldo Caiado para o segundo mandato. Com a legenda fortalecida, ela pode contribuir na gestão caiadista e, assim, voltar ao protagonismo estadual em 2026.
Caiado conseguiu aglutinar a maior parte dos grandes partidos (12 no total); das lideranças estaduais expressivas; e o apoio de 230 dos 246 prefeitos goianos: mais de 200 estavam presentes ao evento de convenção na região metropolitana da capital.
Daniel Vilela lembrou que os dois maiores líderes do partido no Estado – os ex-governadores e ex-senadores Iris Rezende e Maguito Vilela, já falecidos – lançaram a base para esta aliança com Caiado. “Iris e Maguito foram tão grandes, tão importantes, que não deixaram só o legado e o exemplo. Deixaram pronto o caminho a ser seguido por nós”, concluiu Daniel sobre a aliança entre UB e MDB. A filha de Iris, Ana Paula Rezende, também endossou seu apoio a chapa formada por Caiado e Daniel Vilela.
Ao atrair Daniel Vilela, Ronaldo Caiado enfraqueceu de vez as oposições. Primeiro, porque o emedebista representa renovação e, por isso, deu uma cara renovada para a chapa (somando experiência e juventude). Segundo, e crucial, porque atraiu para seu lado o partido que, ganhando ou perdendo, tem a maior estrutura política no interior. O MDB está enraizando em todos os municípios de Goiás.
Ao se aproximar de Ronaldo Caiado, Daniel Vilela ganhou novo status político. Ele e o MDB encorparam-se, por assim dizer. E, com a vitória no primeiro turno, no dia 2 de outubro deste ano, Daniel Vilela ficou, politicamente, ainda mais forte.