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“Apesar da desidratação, PSDB não corre risco de extinção”

Única representante do tucanato goiano na Câmara Federal, a deputada avalia que o ex-governador Marconi Perillo não deve ser candidato nas eleições municipais

A deputada federal Lêda Borges, única representante do PSDB goiano na Câmara dos Deputados, assegurou, em entrevista ao jornalista Jackson Abrão, do jornal O Popular, que o ex-governador Marconi Perillo, um dos principais representantes da legenda em Goiás, não vai deixar o partido, possibilidade que chegou a ser ventilada pela imprensa goiana nos últimos dias. Segundo a parlamentar, Marconi tem recebido convites de vários partidos, mas estaria decidido a permanecer no PSDB.

Lêda disse, também, que acredita que o ex-governador tucano não deve disputar as eleições municipais de 2024. Há especulações de que Marconi poderia disputar a prefeitura de Goiânia, mas essa possibilidade é descartada pela deputada.

“Eu nunca vi o ex-governador disputando eleições de dois em dois anos. Se a gente observar o histórico, a vida pública de Marconi Perillo, veremos que ele tem disputado eleições de quatro em quatro anos. Eu não creio que ele vai disputar eleição municipal, mas eu creio que ele participará do processo político em 2026, em Goiás”, apostou.

Desidratação

Embora admita um processo de desidratação do PSDB a nível nacional, Lêda Borges disse que não vê riscos do PSDB acabar, nem a nível estadual, nem a nível nacional. Segundo a tucana, o partido tem um legado nacional histórico e que, portanto, não corre esse risco. Ela avalia que o fato da legenda ter eleito três governadores nas últimas eleições é uma garantia de que o partido vai superar o que ela chama de movimento cíclico partidário.

“Esse é um processo cíclico. A partir do momento que você deixa de lançar candidato a presidente da República você tem essa desidratação do partido. Mas nós entendemos que esse é um momento cíclico do PSDB, que leva a essa desidratação natural, principalmente num momento em que o país está absolutamente polarizado. Agora, com a eleição de três governadores de estados importantes (Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e Pernambuco), nós vamos nos recuperar e na próxima eleição nós já teremos uma nova estrutura de representatividade no Congresso”, espera.

Comando nacional

Em visita a Goiânia no último dia 26/01, quando recebeu o título de cidadão goiano em solenidade na Assembleia Legislativa de Goiás, Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul, que deve assumir a presidência do PSDB em maio próximo, fez um discurso de renovação e reposicionamento político do partido. Com esse objetivo destacado, Leite não garantiu a Marconi um assento na Executiva Nacional, preferindo dizer que ele pode contribuir com ou sem posição efetiva. Esse fato aumentou as especulações em torno de uma possível saída de Perillo da legenda.

Ao falar do reposicionamento da sigla, que perdeu relevância em todo o País, Eduardo Leite frisou que não basta ao PSDB dizer que “não é nem Lula e nem Bolsonaro. É preciso dizer o que a gente defende, dizer à população que defendemos um caminho alternativo a essa polarização”. Na contramão, o ex-governador de Goiás pertence à ala tucana que defende aproximação com o governo do presidente Lula.

Eduardo Leite defende reposicionar PSDB e redistribuir poder no partido

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), defende um reposicionamento do partido após as eleições de 2022, quando a legenda deixou de governar São Paulo depois de quase três décadas do tucanato no comando do estado. "Nós temos um momento de crise para o partido, mas também de oportunidade", disse Leite.

O governador, que assumirá a presidência nacional do PSDB, propõe "uma releitura e discussão das principais agendas, bandeiras e melhor distribuição política" da legenda. Uma nova configuração de poder que leve em conta lideranças emergentes como ele e os outros dois governadores tucanos recém-eleitos, Raquel Lyra (PE) e Eduardo Riedel (MS). "Temos três governadores eleitos, um no Nordeste, outro no Centro-Oeste e eu no Sul, com a responsabilidade de governar e também de promover essa discussão."

Segundo Leite, a pauta inclui agenda, programa e comunicação do partido com seu eleitorado. "Vamos trabalhar nessa linha para que a gente possa reposicionar o PSDB."

O fato de o partido ter perdido a disputa estadual em São Paulo abre espaço para essa redistribuição de poder, avalia Leite. "O Governo de São Paulo era a força e a fraqueza do PSDB. Naturalmente, era uma alavanca e uma âncora para o partido", diz. "Uma força pelo tamanho populacional e econômico, mas, por outro lado, essa mesma relevância fazia o partido ficar muito centrado em São Paulo e menos distribuído em suas lideranças e direção em relação aos outros estados brasileiros."

Barrado em suas pretensões de se lançar à Presidência da República em 2022 pelo tucanato paulista, que apoiou Jair Bolsonaro (PL), o governador gaúcho é visto como uma terceira via para 2026, embora desconverse e diga que é cedo para falar em cenários futuros.

"Mais do que a minha ascensão pessoal, quero colocar o meu trabalho a serviço do fortalecimento de um centro democrático que tenha projeto e agenda para o país", afirma o gaúcho. "Temos uma situação de polarização observada na última eleição e entendo que um partido como o PSDB se posicione no centro, que não seja aquele centro que simplesmente gravita em torno do poder qualquer que seja o presidente."

Além de se conectar com lideranças da América Latina e de outras regiões, o governador tem feito uma série de encontros bilaterais com CEOs e representantes de empresas. "Marquei algumas reuniões com empresários do setor de energia para situá-los sobre o projeto de implantar uma planta de hidrogênio verde no Rio Grande do Sul."

Ao transitar por Davos, Leite tem sido alvo de questionamentos sobre o governo Lula. "Há muita curiosidade sobre como a nova administração do país vai se comportar sobre os temas ambientais, muito presentes no fórum", diz ele. "Mais do que questões sobre a economia, as pessoas de fora querem saber sobre instabilidade institucional e a crise climática."

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