Uma ação coordenada pela Polícia Civil resultou na detenção de vinte pessoas nesta terça-feira (29), sob suspeita de estarem envolvidas em um esquema que causou um prejuízo de aproximadamente R$ 47 milhões a um banco.
O golpe era perpetrado por meio de transações fraudulentas utilizando máquinas de cartão vinculadas a empresas fantasmas. A operação, intitulada como "Crédito Reverso", foi conduzida pela Delegacia Estadual de Investigações Criminais (DEIC) e envolveu o cumprimento de 41 mandados de busca e apreensão em cidades como Goiânia, Anápolis, Crixás e Corumbá de Goiás.
Embora os nomes dos detidos e o nome do banco afetado não tenham sido divulgados, a operação ganhou destaque por ter sido desencadeada após o próprio banco identificar as atividades suspeitas e comunicar as autoridades competentes. A investigação revelou que os indivíduos envolvidos vinham aplicando esse golpe há cerca de nove meses.
O delegado Thiago Martimiano, que supervisionou o caso, informou que até o horário das 15h do mesmo dia, quatro suspeitos ainda estavam em fuga. O total de mandados de prisão expedidos foi de 24.
O Modus Operandi do Golpe
Conforme as informações fornecidas pela polícia, os suspeitos agiam ao solicitar a emissão de cartões de crédito em seus próprios nomes ou em nomes de terceiros. Esses cartões eram então utilizados em máquinas de pagamento pertencentes a um banco específico. As máquinas eram obtidas por meio de empresas fictícias ou em nome de indivíduos "laranjas".
Após essa etapa, o grupo criminoso realizava transações fraudulentas junto às empresas fantasmas, aproveitando-se dos cartões obtidos. Dessa forma, eles gastavam os limites de crédito concedidos pelo banco e recebiam os fundos correspondentes. Os criminosos adiavam o pagamento das despesas, criando uma situação em que os limites de crédito eram posteriormente restituídos.
O delegado Martimiano observou que os criminosos exploravam uma vulnerabilidade nas máquinas para executar esse golpe. Esse método lhes permitia "lavar" o dinheiro obtido de atividades ilegais, já que recebiam antecipadamente os fundos das transações por parte da instituição financeira. O resultado era um prejuízo substancial para o banco.
Os indivíduos envolvidos enfrentarão acusações de organização criminosa, lavagem de dinheiro e uso de documentos falsificados, de acordo com Martimiano.