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Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, realizou pesquisas sobre o valor de presentes recebidos pela Presidência antes mesmo de retornar ao Brasil, conforme revelado pela investigação da Polícia Federal. Em 13 de junho de 2022, Cid buscou informações sobre um endereço em Willow Grove, Pensilvânia, onde posteriormente venderia itens oficiais. Durante uma missão para avaliar esculturas presenteadas a Bolsonaro, Cid descobriu que algumas peças tinham valor baixo, descrevendo-as como "latão" e não banhadas a ouro. Entretanto, outros itens foram vendidos por valores significativamente maiores, como evidenciado pelos US$ 68.000 repassados ao ex-presidente através do general Lourena Cid, pai de Mauro Cid.
A Polícia Federal (PF) indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro e outras 11 pessoas no caso das joias sauditas, por suspeita de desvio e venda de presentes de autoridades estrangeiras durante seu governo. A investigação apurou a existência de uma organização criminosa que teria desviado e vendido presentes oficiais, convertendo os valores em dinheiro em espécie e incorporando-os ao patrimônio pessoal de Bolsonaro através de intermediários, sem utilizar o sistema bancário formal. O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), levantou o sigilo do inquérito e enviou o processo para análise da Procuradoria-Geral da República (PGR), que terá 15 dias para pedir mais provas, arquivar o caso ou apresentar denúncia.
O caso do relógio Piaget dado pelo então presidente francês Jacques Chirac a Lula em 2005 tem sido usado como comparação no contexto das investigações sobre presentes recebidos por autoridades. Segundo Lula, o relógio avaliado em R$ 80 mil foi um presente durante as comemorações do Ano do Brasil na França. Contudo, esse item não consta na lista de 568 presentes oficiais informados ao Tribunal de Contas da União (TCU) em 2016. A defesa de Bolsonaro tem utilizado este caso para argumentar em favor do ex-presidente no contexto das investigações sobre o relógio Rolex recebido da Arábia Saudita. No entanto, é importante notar que as circunstâncias e valores dos presentes são significativamente diferentes, com o Rolex de Bolsonaro sendo avaliado em R$ 360 mil e tendo sido vendido nos EUA antes de ser recomprado para devolução.
