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Terremoto em Portugal de 5,4 na Escala Richter relembra evento de 1755

O professor de literatura, o goiano Ruberpaulo Cypriano, que reside em Lisboa, conversou com o Diário da Manhã sobre o recente evento sísmico

O epicentro foi a região do mar de Setúbal O epicentro foi a região do mar de Setúbal

Na madrugada desta segunda-feira, 26, Portugal foi surpreendida por um terremoto de magnitude 5,4 na Escala Richter. O sismo, que teve seu epicentro no Oceano Atlântico, próximo à cidade de Sines, na região do Alentejo, também foi sentido em várias partes do sul de Portugal, atingindo Lisboa e Porto, especialmente na península de Setúbal. De acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), apesar da intensidade, não foram registrados danos materiais significativos ou vítimas.


		Terremoto em Portugal de 5,4 na Escala Richter relembra evento de 1755
Ruberpaulo Cypriano, goiano residente em Lisboa há três anos e professor de Literatura. - Foto acervo pessoal


Ruberpaulo Cypriano, goiano residente em Lisboa há três anos e professor de Literatura, descreveu ao Diário da Manhã como foi ser acordado pelo tremor. “Eu estava dormindo na hora que começou, foi por volta das 5h20 da manhã. Percebi o abalo porque acordei achando que minha cama estava se movendo demais. Olhei para o teto, mas não fiquei muito assustado porque foi tudo muito rápido. Foi o assunto do dia em Lisboa, mas, no momento, a gente não teve nem tempo de perceber que era realmente um abalo sísmico."

Embora alguns moradores tenham recebido alertas em seus dispositivos móveis após o sismo, Cypriano afirmou não ter recebido nenhuma notificação. “Conversei com colegas ao longo do dia, e eles mencionaram que alguns planos estão sendo organizados para uma possível evacuação em casos como esse. Porém, o que eu soube é que, depois do ocorrido, muitas pessoas só foram olhar no telemóvel e encontraram alguma explicação dizendo que poderiam haver mais sismos ao longo do dia”, comentou.

O professor destacou ainda que não houve relatos de danos estruturais em Lisboa, nem dentro das residências nem fora delas. “Foi um abalo grande, mas parece que não atingiu tanto a cidade. A gente sentiu o chão tremer, mas o epicentro foi longe, e não causou danos.”


		Terremoto em Portugal de 5,4 na Escala Richter relembra evento de 1755
O Convento do Carmo é um dos principais marcos da destruição provocada pelo terremoto emLisboa em 1755. - Foto Reprodução


Terremoto de 1755

Este evento trouxe à memórias um dos desastres naturais mais devastadores da história de Portugal, o terremoto de Lisboa de 1755. A catástrofe, que ocorreu na manhã de 1º de novembro, Dia de Todos os Santos, teve uma magnitude estimada entre 8,5 e 9,0 na Escala Richter. O tremor foi seguido por um tsunami e incêndios que devastaram grande parte da capital portuguesa. Estima-se que cerca de 60 mil pessoas tenham perdido a vida. A tragédia foi tão impactante que gerou mudanças significativas no urbanismo de Lisboa e impulsionou o desenvolvimento de estudos sismológicos e de arquitetura resistente a terremotos.

O recente terremoto reacendeu discussões sobre a necessidade de Lisboa ter um plano de evacuação adequado, considerando seu histórico sísmico. Cypriano observou que, mesmo após um evento histórico de tamanha magnitude, a cidade ainda necessita de um plano de evacuação específico para terremotos. “Hoje, saíram nos telejornais daqui de Portugal notícias de que as autoridades estão se reunindo para discutir um possível plano de evacuação. Até então, não havia nada, mas agora parece que estão começando a pensar em algo, embora ainda seja apenas para Lisboa.”

O professor também destacou que as atividades, como as aulas, continuaram normalmente após o terremoto, sem interrupções no cotidiano. Ele mencionou que estão sendo discutidas medidas para criar um sistema de alerta mais abrangente para abalos sísmicos, semelhante ao que já existe para queimadas e chuvas torrenciais. "Quando há uma chuva forte, recebemos uma mensagem do governo para nos abrigarmos. Agora, talvez estejam considerando implementar algo similar para terremotos, embora esses sejam difíceis de prever", explicou Cypriano.

Em resposta ao evento, o Presidente da República de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, emitiu uma nota oficial informando que está em constante comunicação com o governo e acompanhando de perto a situação desde os primeiros momentos. O presidente destacou que, até o momento, não há indícios de feridos ou prejuízos materiais decorrentes do tremor. Além disso, o presidente anunciou uma reunião em Belém com o Primeiro-Ministro em exercício e o Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros para discutir a resposta ao evento e as medidas preventivas necessárias.

Presidente da República acompanha situação no País

Na sequência do sismo desta noite a sul de Lisboa, o Presidente da República tem estado em contacto com o Governo e está a acompanhar a situação desde o início, não havendo indicação de feridos ou estragos materiais.

O Presidente da República reunirá pelas 10h00, em Belém, com o Primeiro-Ministro em exercício, o Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros Paulo Rangel, logo após a reunião deste com a Proteção Civil.

O Presidente da República secunda o teor do comunicado que acaba de ser emitido pelo Governo.

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