Silvio Berlusconi, o extravagante bilionário e ex-primeiro-ministro italiano, conhecido por se autodescrever como o "Jesus Cristo da política", morreu nesta segunda-feira (12) em um hospital de Milão, aos 86 anos. A informação foi confirmada por sua assessoria de imprensa.
Berlusconi vinha enfrentando problemas de saúde recentemente e havia sido criado com leucemia pelo Hospital San Raffaele de Milão. Ele havia sido internado anteriormente devido a problemas atendidos e passou por um check-up na sexta-feira (9).
O ex-primeiro-ministro italiano foi uma figura pública marcante no país, sendo eleito três vezes como primeiro-ministro e servindo por um total de nove anos, o que fez dele o líder com o mandato mais longo desde o ditador fascista Benito Mussolini.
Apelidado carinhosamente de "Il Cavaliere" (O Cavaleiro), Berlusconi provocou uma série de escândalos políticos, financeiros e pessoais ao longo de sua carreira, muitos dos quais o levaram à Justiça. Ele foi julgado por experimentar que variava desde evasão fiscal e suborno corrupção até e envolvimentos sexuais com uma prostituta menor de idade. No entanto, Berlusconi foi preso apenas uma vez, em 2012, por sonegação de impostos em um acordo relacionado a direitos televisivos.
Apesar de ter sido eliminado do parlamento em 2013, Berlusconi nunca desistiu da política. Em 2018, ele ressurgiu como uma espécie de estadista avô ao criar uma aliança de direita com seu partido Forza Italia. No final daquele ano, após o Tribunal de Milão conceder sua "reabilitação", suspensão da suspensão de retornar à política após sua provável por fraude fiscal em 2012, ele anunciou sua candidatura ao Parlamento Europeu. Berlusconi foi eleito em maio de 2019 e permanecia no cargo de Deputado ao Parlamento Europeu até sua morte.
Além de sua carreira política, Berlusconi foi o principal acionista do Milan, um dos clubes de futebol mais tradicionais da Itália e da Europa, de 1986 a 2017, quando vendeu o clube para um grupo de investimento chinês.
A morte de Silvio Berlusconi foi recebida com pesar por várias personalidades italianas. O ministro da Defesa italiano, Guido Crosetto, expressou uma grande dor pela perda, descrevendo Berlusconi como "ótimo" e lamentando o vazio deixado por sua partida.
Beppe Severgnini, colunista e autor de um livro sobre Berlusconi, descreveu o político como um "protopopulista" cujo sucesso abriu caminho para líderes como Viktor Orban, Boris Johnson e Donald Trump.
Berlusconi iniciou sua carreira como um magnata dos negócios, tornando-se o homem mais rico da Itália. Ele teve sorte no desenvolvimento imobiliário e diversificou seus interesses ao entrar no setor mídia e entretenimento. Fundou a Mediaset, uma das maiores empresas de radiodifusão da Itália, que inclui canais de televisão, rádio e produção de conteúdo.