O governo brasileiro anunciou, nesta segunda-feira (28), a chegada de um novo voo com brasileiros repatriados do Líbano, previsto para pousar em Guarulhos (SP) às 4h da manhã. O avião KC30 da Força Aérea Brasileira trouxe 221 passageiros, incluindo nove crianças e um animal de estimação na operação batizada de "Raízes do Cedro".
Este é o nono voo de resgate promovido pela operação, que já repatriou um total de 1.859 pessoas e 20 animais de estimação desde o início das operações. A prioridade nas listas de repatriação é dada a mulheres, crianças, idosos e brasileiros não residentes no Líbano. Entre os repatriados, destacam-se 242 crianças, 40 bebês, 138 idosos, 12 gestantes e 101 pessoas com problemas de saúde.
Cerca de 3.000 brasileiros residentes no Líbano solicitaram repatriação devido à escalada de ataques na região. O Líbano abriga a maior comunidade de brasileiros no Oriente Médio, totalizando aproximadamente 21 mil residentes. O Itamaraty está em contato com brasileiros e seus familiares, oferecendo assistência consular e avaliando a necessidade de novos voos, conforme as condições de segurança no país.
O comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro do ar Marcelo Kanitz Damasceno, afirmou que a capacidade operacional do Brasil é de repatriar cerca de 500 brasileiros por semana, prevendo que o processo de repatriação dure cerca de seis semanas. O governo também recomenda que brasileiros tentem deixar o Líbano por meios próprios, uma vez que o aeroporto de Beirute ainda opera, com voos disponíveis.
Desde o início dos conflitos, os ataques aéreos israelenses no Líbano causaram a morte de milhares de pessoas, incluindo dois adolescentes brasileiros e seus pais. A situação em Beirute é descrita como "tensa e terrível", e os ataques aéreos de Israel contra áreas civis no Líbano aumentaram nas últimas semanas.
Na última segunda-feira, cinco pessoas morreram e 10 ficaram feridas em um ataque israelense na cidade costeira de Tiro, conforme informações do Ministério da Saúde do Líbano. Enquanto isso, o Hezbollah e grupos pró-Irã assumiram a responsabilidade por ataques aéreos contra Israel. A violência contínua na região tem gerado uma crise humanitária, com mais de um milhão de pessoas forçadas a deixar suas casas.