A reunião do Conselho de Segurança da ONU, nesta quarta-feira, 2, ocorre em meio a um cenário preocupante no Oriente Médio. O ataque iraniano com mísseis contra Israel, ocorrido no dia anterior, elevou a tensão na região, já marcada por frequentes trocas de ataques entre Israel e o Hezbollah e pela recente invasão terrestre israelense no Líbano.
O encontro em caráter de urgência conta com a presença de representantes de Israel e Irã. Porém, o clima tenso também se reflete nas relações diplomáticas dentro da própria ONU. Israel declarou o secretário-geral, António Guterres, como 'persona non grata', alegando que ele não condenou de forma explícita o ataque iraniano.
A decisão foi recebida com fortes críticas por parte do governo israelense, com o chanceler Israel Katz afirmando que Guterres “apoia terroristas”. Apesar disso, na abertura da sessão, Guterres condenou o ataque iraniano e ressaltou a importância de respeitar a soberania libanesa, evitando um comentário direto sobre a declaração israelense.
A ofensiva iraniana, que envolveu o lançamento de cerca de 200 mísseis contra Israel na terça-feira, 1º, provocou reações de condenação em diversos países, como Estados Unidos, Reino Unido e França. Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, chamou o ataque de um “grave erro” e prometeu uma resposta, cujos detalhes ainda não foram revelados.
Os últimos meses foram marcados por uma escalada de tensão na região. Em outubro de 2023, o Hezbollah, com apoio do Irã, disparou foguetes contra Israel em solidariedade ao Hamas, que travava uma guerra brutal contra as forças israelenses na Faixa de Gaza.
A retaliação israelense foi imediata, com bombardeios em várias áreas do Líbano, incluindo Beirute. Em novembro, os confrontos se intensificaram com ataques terrestres no sul do Líbano, onde o Hezbollah e as forças israelenses se enfrentaram diretamente.
O ataque de mísseis iranianos no início de dezembro marcaram o ponto mais crítico desta escalada, intensificando a troca de ameaças entre os dois lados. Enquanto isso, a comunidade internacional observa com crescente preocupação o desenrolar dos eventos, esperando que as discussões no Conselho de Segurança possam evitar um conflito de proporções ainda maiores.