Presidente da Federação Francesa de Futebol (FFF), Noel Le Graet se tornou alvo de investigação do Ministério Público de Paris por assédio "moral" e "sexual". A apuração foi aberta nesta terça-feira após diversas denúncias contra o dirigente e executivo francês de 81 anos.
Em comunicado, a promotoria afirmou que a investigação foi iniciada após um relatório da Inspetoria Geral de Educação, Esporte e Pesquisa. Ao longo dos próximos dias, a Brigada de Repressão à Delinquência Contra a Pessoa (BRDP), unidade de polícia especial dedicada a crimes contra indivíduos, foi designada a investigar o caso.
A principal denúncia, que possibilitou a abertura da investigação, foi Sonia Souid, empresária e agente de jogadores, em entrevista ao L'Equipe na última semana. Em seu depoimento, afirmou que o dirigente da FFF a importunou sexualmente durante vários anos, entre 2013 e 2017, quando tiveram reuniões para o desenvolvimento do futebol feminino no país. "Ele deixou claro para mim que gostaria que eu acabasse na cama dele", afirmou a empresária.
"Ele nunca olhou para mim como uma agente, mas sim como um pedaço de doce", disse Sonia, que pensou em encerrar sua carreira como agente após a ocasião. Le Graet também teria insistido para sair com a empresária, deixando claro ela deveria fazer sexo com ele para levar suas ideias, em relação ao futebol, adiante.
Aos 81 anos, Le Graet concordou em se afastar de suas funções como presidente da FFF, após uma reunião de emergência do comitê executivo sobre seu comportamento realizada na última semana. Na ocasião, reafirmou sua inocência. "Nesta fase, não conheço nem os fatos de que sou acusado, nem as pessoas que estão por trás deles", escreveu o dirigente, em comunicado enviado à imprensa.
Reeleito no último pleito para um mandato de quatro anos, Le Graet será substituído, interinamente, por Philippe Diallo, vice-presidente da FFF. Além das investigações em curso, o dirigente também foi criticado por desrespeitar Zinedine Zidane, craque do futebol francês, no último mês.