O locutor esportivo Edson Rodrigues, de 79 anos, morreu nesta quinta-feira (26), em Goiânia. De acordo Edson Júnior, filho do narrador, o pai morreu em casa, após uma complicação gástrica, devido a um tumor no pâncreas que ele descobriu há um mês.
Edson foi locutor por mais de 60 anos e passou por várias emissoras goianas, entre elas a Rádio Anhanguera, do Grupo Jaime Câmara. A CBN Goiânia mostrou que o narrador também teve participações no Brasil Central, Difusora, K do Brasil e por último, na Rádio Bandeirantes.
Mais de 60 anos de gols e muita emoção de Edson Rodrigues, o “melhor locutor esportivo do Brasil”, relembrando os momentos por Edson Rodrigues na sua carreira.
Principal nome da narração esportiva no estado de Goiás, Edson Rodrigues tem mais de 60 anos de carreira. Com sua voz incomparável, o “Monstro Sagrado”, como foi apelidado carinhosamente por Jorge Kajuru, emocionou centenas de milhares de ouvintes ao longo de sua trajetória. Foram cerca de quatro mil jogos e mais 13 mil gols narrados.
É considerado por muitos como “melhor locutor esportivo do Brasil”, que há 49 anos é a grande referência do rádio goiano na hora das jornadas esportivas.
" Chegar nessa condição é motivo de muita felicidade, poucas pessoas conseguem. 60 anos de trabalho no rádio narrando futebol, que é muito desgastante, exige muito e é muito diferente por exemplo de locutor de programa musical. Tenho que agradecer a Deus por ter me dado o dom de ter iniciado minha carreira aos 17 anos. Confesso a todos que me sinto muito bem porque me cuido muito. Estou com a saúde perfeita, com uma ótima visão, voz tranquila e quero que Deus me permita por muito tempo ainda esse contato com meu público fiel, com meu ouvinte que me acompanha a tanto tempo, que é o mais importante”, disse Edson Rodrigues após ser homenageado.
Mineiro de Araguari, o locutor esportivo ressalta o amor pela profissão e diz que mesmo sem uma referência na família, sempre soube que seria nas ondas do rádio que construiria sua história.
“Ainda criança, lá em Araguari, sempre fui apaixonado por rádio e não sei como porque na minha família ninguém trabalhava com rádio, mas eu menino ainda admirava todos os locutores esportivos, sabia o nome de todos principalmente do rádio paulista e carioca. Eu pegava aqueles canudos de enrolar roupa e ficava transmitindo futebol pelo canudo. Eu sempre fui apaixonado pelo rádio, acho que isso a gente nasce, foi um dom que Deus me deu”, revelou.
Edson conta que sua caminhada nos microfones se iniciou ainda na juventude durante uma competição de handebol em uma escola de Araguari, no interior de Minas Gerais.
“Depois de estar narrando uma partida de handebol feminino, onde minha irmã estava atuando e ela sabia que eu era apaixonado por microfone, perguntou se eu queria narrar o jogo através do serviço de autofalante. Eu falei ‘claro que quero’. Narrei, e por coincidência estava passando na Avenida Joaquim Aníbal o Ney Montes que era diretor de Esportes da Rádio Araguari PRJ 3. Ele parou o carro dele, ouviu aquela narração e falou ‘esse caboco leva jeito" ', revela.
O primeiro jogo de Edson Rodrigues, marcado na agenda do dia 11 de abril de 1960 foi Fluminense de Araguari e Ponte Preta. De lá para cá outras partidas marcantes, como Cruzeiro 6x2 Santos na decisão da Taça Brasil de 1966 quando narrava pela Rádio Itatiaia de Belo Horizonte; e também a decisão do Campeonato Goiano de 1973, quando marcou o início de sua trajetória no rádio em Goiás e conheceu a esposa Leila, torcedora do Vila Nova, que comemorou o título colorado na época.
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Além das Rádios PRJ 3 e Itatiaia, Edson Rodrigues também passou pelas rádios Cacique, Planalto, Guarani e Cultura em Minas Gerais; também atuou na rádio Alvorada em Brasília; chegando em Goiânia trabalhou na rádio Anhanguera, RBC, Rádio Difusora, Rádio Clube, Rádio K, Rádio Jornal e no prefixo AM730 da Rádio Sagres.
Pela Rádio Itatiaia cobriu a Copa do Mundo de 1970 disputada no México; na Rádio Brasil Central esteve na cobertura da Copa do Mundo da Itália de 1990; pela Rádio K narrou a Copa do Mundo de 1998 na França.
O mundial foi o primeiro trabalho de Edson Rodrigues com Charlie Pereira, coordenador de esportes. “Trabalhei com ele pela primeira vez em 1990 na cobertura da Copa da Itália pela Rádio Brasil Central, no Escrete de Ouro. Trabalhar ao lado do Edson é um privilégio. Ele é um exemplo para classe – são poucos que alcançam 60 anos na carreira em um nível lá em cima. É um profissional que encantou várias gerações”.
José Carlos Lopes, que já viveu grandes experiências e destaca o profissionalismo do narrador. “O Edson é um profissional digno da mais profunda admiração pela liderança absoluta na audiência do rádio esportivo nestes 60 anos de carreira. Ele é um grande vencedor e a sua postura profissional é um exemplo a ser seguido por todos nós”.
Edson Jr, filho e companheiro de Edson Rodrigues, que trabalha também com rádio, fala sobre seu pai e sua trajetória na locução.
“É mais de 60 anos de locução ele viveu trajetória que poucos conseguiram na história do rádio, de quem dá vida a um jogo, de quem dá vida ao rádio. Edson Rodrigues transforma uma simples pelada em um jogo emocionante, um simples programa em momentos únicos de entretenimento. Seu slogan “melhor locutor esportivo do Brasil”, não só para mim, mas seu ouvinte tem orgulho em declamar pela humildade, companheirismo e extremo talento, de uma pessoa que conquistou tudo apenas pelo dom que Deus lhe deu. É um privilégio para mim porque tenho dois ídolos em uma só pessoa”.
A crônica do comentarista Evandro Gomes contando detalhes do seu grande companheiro de profissão Edson Rodrigues, onde ele traz profissionais que já trabalhou com Edson Rodrigues, como exemplo Charlie Pereira, e seu filho Edson Jr. A homenagem foi feita quando Edson fez 60 anos de carreira como Radialista.