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A Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) anunciou que abrirá um processo disciplinar contra o Colo-Colo, em decorrência do incidente ocorrido durante a partida contra o Fortaleza, válida pela Copa Libertadores, realizada na última quarta-feira (9), no Estádio Monumental David Arellano, em Santiago, no Chile.
O clube chileno, mandante da partida, está proibido de receber público em jogos organizados pela Conmebol enquanto o processo estiver em andamento. Com isso, os próximos confrontos da equipe como mandante, contra Racing (Argentina) e Atlético Bucaramanga (Colômbia), pela fase de grupos da Libertadores, ocorrerão com portões fechados. Apenas jogadores, membros das comissões técnicas, dirigentes, funcionários e jornalistas terão acesso ao estádio.
A decisão foi tomada após uma série de distúrbios registrados durante o jogo, que precisou ser interrompido e, posteriormente, cancelado por conta de uma invasão ao gramado. No momento da suspensão, a partida estava empatada em 0 a 0 e era disputada no segundo tempo.
De acordo com relatos, torcedores do Colo-Colo lançaram objetos em campo, quebraram estruturas e invadiram o gramado por volta dos 20 minutos da etapa final, atrás do gol defendido pela equipe chilena. Diante da confusão, os jogadores do Fortaleza correram para os vestiários, e a arbitragem optou por paralisar o jogo. Os atletas não retornaram ao campo, e não houve registros de agressões contra jogadores, árbitros ou membros das comissões técnicas.
Segundo informações do jornal chileno La Tercera, os distúrbios começaram antes mesmo do início da partida. Torcedores tentaram forçar a entrada nos setores Tucapel e Caupolicán, ambos localizados na Avenida Marathon e destinados à torcida do time mandante. A polícia foi acionada, mas o tumulto resultou na morte de dois torcedores: um jovem de 18 anos e um menino de 13. Outras dez pessoas foram presas.
O jornal informou ainda que as vítimas teriam sido atropeladas por um caminhão e esmagadas por uma estrutura que desabou durante o tumulto.
O promotor Francisco Mores, em entrevista ao La Tercera, forneceu detalhes preliminares sobre o ocorrido e confirmou que os dois jovens foram esmagados. Ele afirmou que as causas das mortes ainda estão sob investigação.
"Está sendo investigado se algum carro da polícia esteve envolvido nas mortes. O que se sabe até agora é que uma das barras esmaga estes dois jovens junto com um peso maior, um peso que pode ser atribuído a diferentes causas — e tudo está sendo investigado para poder determinar qual foi, finalmente, a causa da morte. [...] Várias pessoas tentaram derrubar as grades no interesse de tentar entrar no estádio, mas o contexto é pouco claro. Estamos trabalhando com as câmeras do local para poder determinar a forma como os eventos ocorreram", declarou Francisco Mores ao La Tercera.
A Conmebol ainda não divulgou a decisão final sobre o resultado da partida entre Colo-Colo e Fortaleza.
