O apresentador e comediante Fábio Porchat se viu envolvido em uma polêmica recentemente ao defender Leo Lins e o direito dos comediantes de fazerem piadas que podem ofender pessoas.
Após receber críticas e enfrentar uma onda de desaprovação, Porchat decidiu se retratar publicamente. Em um vídeo compartilhado nas redes sociais nesta sexta-feira, 26, ele reconheceu seu erro e declarou ter aprendido com a situação.
No vídeo, Porchat demonstrou humildade e sinceridade ao admitir que havia cometido um equívoco ao defender o colega de profissão Leo Lins em relação ao direito de fazer piadas ofensivas. Ele reconheceu que sua posição anterior foi equivocada e que não levou em consideração a dor e o sofrimento que essas piadas podem causar a indivíduos e grupos vulneráveis.
"Eu tenho pensado muito nos últimos dias depois das minhas postagens lá no Twitter. Eu li muita coisa, recebi muita mensagem, conversei com muita gente legal. Entendi totalmente as reações. Eu sei que muita gente ficou ofendida e decepcionada, com razão. E isso mexeu comigo", disse.
"Eu queria deixar muito claro aqui que a minha posição nunca foi defender o humor racista. Eu sempre tentei defender o humor que não causasse dor, que não machucasse. Sempre disse, e continuo dizendo, que a comédia que agride, que humilha, que bate em grupos minoritários é péssima, é velha, é desnecessária. Ela atrasa o avanço social", cintunuou.
"Alguém que tem o privilégio de ter uma voz que chegue em muita gente tem que ter o cuidado na escolha das palavras, e eu não tive esse cuidado. Por isso que achei importante deixar claro agora o que eu penso, porque não deixei antes. Eu escrevi dois tweets sobre um assunto super complexo. Eu falei de forma rasa, precipitada, confusa, então eu errei", concluiu.
A polêmica envolvendo Fabio Porchat e sua subsequente retratação não apenas provocou reflexões sobre a importância do respeito e da empatia, mas também destacou a necessidade de um diálogo aberto sobre os limites do humor e o impacto que as palavras podem ter na sociedade.
O caso
Há duas semanas, por ordem judicial solicitada pelo MPSP (Ministério Público do Estado de São Paulo), Leo Lins foi obrigado a remover o seu especial de comédia intitulado "Perturbador" das plataformas digitais. O Ministério Público alegou que o espetáculo contém piadas discriminatórias, o que levou à intervenção do órgão e à retirada do conteúdo.
Além disso, a decisão judicial impôs a Leo Lins a proibição de publicar em suas redes sociais qualquer novo conteúdo que possa ser considerado ofensivo, bem como a exigência de remover vídeos e publicações existentes que contenham "conteúdo depreciativo ou humilhante".
No Twitter, Fábio Porchat expressou seu apoio a Leo Lins, defendendo o direito do comediante de expressar suas opiniões, mesmo que outras pessoas não concordem ou se sintam ofendidas com o que ele diz. No entanto, Porchat recebeu críticas contundentes por sua declaração.