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Saiba como é o ciclo de produção no Confinamento Pontal, em Itapirapuã

O Diário da Manhã visitou um dos maiores confinamentos de gado do país e mostra como funciona o processo de engorda do gado confinado

Com 20 anos de experiência, Fabiano Tavares é o diretor do Confinamento Pontal e supervisiona todos os processos Com 20 anos de experiência, Fabiano Tavares é o diretor do Confinamento Pontal e supervisiona todos os processos

A poeira sobe enquanto caminhamos pelas instalações do Confinamento Pontal, uma referência em pecuária de corte no Centro-Oeste. A propriedade, situada em Itapirapuã, Goiás, abriga uma estrutura de alta tecnologia que otimiza a produção bovina e exemplifica o uso de inovações no campo. Em uma região marcada por um agronegócio pujante, o confinamento de bovinos se apresenta como uma estratégia eficiente para aumentar a produção de carne com qualidade superior.

A chegada do gado


Ao chegar à fazenda, o gado é recebido com um processo criterioso de avaliação e triagem. Segundo Fabiano Tavares, diretor do Confinamento Pontal, essa fase é essencial para garantir a qualidade dos animais e maximizar os resultados. "Quando o gado de terceiros chega à fazenda, sim, existem alguns critérios. O primeiro critério é o valor do mercado futuro. Nós fazemos uma análise do mercado e verificamos se o ponto de venda é favorável. Com base nisso, realizamos a venda antecipada, garantindo a rentabilidade do negócio. Quanto ao desempenho, contamos com uma base de dados de 25 anos de experiência. Assim, com determinado padrão de animal, conseguimos prever o resultado esperado com uma alta taxa de precisão", explica Fabiano.

Os animais são identificados e organizados de acordo com suas características individuais, como peso, idade e raça, em grupos homogêneos. Esse cuidado inicial garante que o manejo nutricional e de saúde seja otimizado para cada lote de bovinos. A nutrição, neste ponto, é o coração do confinamento.

O processo de identificação dos animais inclui quatro métodos distintos. "O primeiro é o número SISBOV, um identificador mundial único para cada animal. O segundo é um chip eletrônico que armazena todas as informações, permitindo uma leitura rápida sem precisar digitar ou escanear o código de barras — a leitura é feita imediatamente com uma antena". Além disso, "há um button que serve como backup para o caso de o animal perder a orelha ou o brinco", e, por fim, "a marca a fogo identifica o número do contrato e o lote ao qual o animal pertence, facilitando que os funcionários reconheçam esses dados à distância, sem precisar se aproximar".

O segredo do sucesso


		Saiba como é o ciclo de produção no Confinamento Pontal, em Itapirapuã
A semente de sorgo é apenas um dos ingredientes que compõe a dieta no confinamento. Foto: Meyrithania Michelly


Além da alimentação, outros fatores também são fundamentais para garantir a qualidade da carne, como a genética e o manejo dos animais. "Quanto menos estressado o animal estiver, melhor será a qualidade da carne", afirma Fabiano. Ele destaca que o estresse deve ser minimizado durante todo o processo, desde a fazenda até o frigorífico, incluindo o transporte.

O diretor também ressalta que a fazenda conta com a colaboração de zootecnistas e nutricionistas especializados, e profissionais que monitoram diariamente a saúde e o desempenho dos bovinos. Cada animal é observado para garantir que ele esteja ganhando peso de maneira saudável, sem perder a qualidade da carne. "Nossos funcionários são treinados e, a cada 30 dias, passam por reciclagem antecipadamente para identificar possíveis doenças. Como parte desse processo preventivo, conhecido como ronda sanitária, eles realizam a profilaxia necessária", afirma.

Abate e comercialização

Após aproximadamente 90 dias no confinamento, os bovinos atingem o ponto de abate, com carcaças que refletem a eficiência do manejo. O ganho médio de peso diário é de cerca de 1,6 a 1,7 quilos por animal. Essa taxa de conversão alimentar é um dos destaques do confinamento, pois permite que os animais alcancem o peso ideal de abate em um tempo menor do que no sistema extensivo, comum em áreas de pastagem.

“Quando os animais atingem o peso ideal, que varia de acordo com o mercado comprador, eles são enviados para os frigoríficos parceiros. Essa parceria com os frigoríficos também é essencial, porque estamos sempre acompanhando o processo para garantir que o padrão de qualidade da carne seja mantido até chegar ao consumidor final”, acrescenta Fabiano.

Sustentabilidade e inovação

O Confinamento Pontal também se destaca por investir em práticas sustentáveis e inovadoras. Fabiano Tavares faz questão de ressaltar o compromisso com a sustentabilidade, uma preocupação crescente no agronegócio. "A gestão ambiental é uma prioridade. Nós utilizamos biodigestores para tratar os dejetos dos animais, o que gera biogás, que por sua vez é utilizado como fonte de energia na própria fazenda. Além disso, temos um programa de reuso da água e somos rigorosos no manejo dos pastos e áreas de plantio que sustentam o confinamento", explica.

Essa integração entre tecnologia, eficiência produtiva e responsabilidade ambiental coloca o Confinamento Pontal na vanguarda da pecuária moderna.

Um olhar para o futuro


		Saiba como é o ciclo de produção no Confinamento Pontal, em Itapirapuã
Cuidado, tecnologia e manejo eficiente. Foto: Meyrithania Michelly


Fabiano Tavares destaca que, embora a fazenda esteja sempre investindo em inovação, o futuro da pecuária de corte está cada vez mais atrelado à tecnologia. "Acreditamos que o uso de dados e inteligência artificial pode transformar ainda mais esse setor. Estamos sempre de olho em novas tendências e, com certeza, a nossa meta é continuar crescendo, mas sempre de maneira sustentável e eficiente", finaliza o diretor.

A visita ao Confinamento Pontal revelou o potencial que o confinamento bovino tem para melhorar a qualidade da carne produzida no Brasil, além de reforçar a importância da gestão moderna e tecnológica no campo. Em uma indústria onde cada detalhe importa, o foco em inovação e sustentabilidade torna o Pontal uma referência nacional.

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    Publicado quinta-feira, 19 de dezembro de 2019 - 16:00

    / Atualizado quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

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