Fila de espera para benefícios do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) voltou a crescer sob o governo de Lula (PT), revertendo a trajetória de queda anterior.
Nos últimos três meses, o número de pedidos em análise aumentou em 445 mil, elevando a fila para 1,8 milhão de solicitações, o maior nível desde julho de 2023 e comparável aos patamares observados no final de 2022, durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).
Esses dados foram divulgados nesta terça-feira, 12, pelo Boletim Estatístico da Previdência Social (Beps) e pelo Portal de Transparência Previdenciária, este último criado no atual governo Lula.
Até então, as informações sobre a fila do INSS estavam desatualizadas desde junho de 2024, quando ainda havia uma tendência de queda no volume de pedidos aguardando análise.
A demora na publicação dos dados gerou desconforto entre especialistas independentes, que levantaram dúvidas sobre uma possível tentativa do Executivo de adiar a divulgação das informações. A redução da fila foi uma promessa de campanha de Lula, mas o atual volume de pedidos acumulados representa o segundo maior nível do seu mandato, superado apenas pelo valor de julho de 2023.
Além do aumento na fila, o tempo médio de concessão dos benefícios também subiu, passando de 36 dias em julho (o menor valor registrado nos últimos dois anos) para 41 dias em setembro. O número de pessoas aguardando resposta há mais de 45 dias também aumentou, de 541,2 mil em junho para 705,1 mil em setembro.
No governo, outras causas para o aumento da fila são cogitadas, além da greve dos servidores do INSS. Entre elas, o crescimento estrutural de pedidos devido ao envelhecimento da população e a entrada de segurados que, devido às regras de transição da reforma da Previdência, agora cumprem os requisitos para aposentadoria.
Para enfrentar o acúmulo de pedidos, o governo prevê a prorrogação do programa de combate à fila até o final de dezembro deste ano. A medida principal consiste no pagamento de um bônus aos servidores por cada análise extra concluída, independentemente do resultado final da análise.
A expectativa do governo é que a fila retome uma trajetória de redução em dezembro e janeiro, com a situação estabilizada até fevereiro de 2025.