Scania lança seu primeiro ônibus 100% elétrico no Brasil. O modelo o K 230E B4x2LB entra para a história e inicia a jornada de eletrificação da fabricante sueca no País. O veículo tem autonomia entre 250 a 300km, tração 4x2, vocação urbana e opções de quatro ou cinco pacotes de baterias. As vendas terão início na Feira Latino-Americana do Transporte, que será realizada de 6 a 8 de agosto no Expo Imigrantes, em São Paulo.
“Estamos vivendo um ano muito especial para a história da Scania no país. Nas vésperas de comemorar nossos 67 anos de Brasil, iniciamos mais uma jornada de transformação. A modernidade da eletrificação estará materializada em nossa fábrica. A partir do início da produção do ônibus elétrico, em março de 2025, a Scania não será mais a mesma”, afirma Alex Nucci, diretor de Vendas de Soluções da Scania Operações Comerciais Brasil.
O Scania K 230E B4x2LB teve sua autonomia de 250 a 300km dimensionada numa condição severa-extrema com ar-condicionado ligado e topografia irregular. O modelo comporta carrocerias de 12 a 14 metros – capacidade média para 80 passageiros –, na configuração de piso baixo ou normal.
“Vamos começar pela tração urbana 4x2 e potência de 230 kW. Será um ciclo normal de aprendizagem de mercado, analisando as demandas dos clientes, como se desenvolverá a infraestrutura para atender aos veículos elétricos no Brasil. Trata-se de uma jornada que não depende apenas da Scania”, revela Marcelo Gallao, diretor de Desenvolvimento de Negócios da Scania Operações Comerciais Brasil.
O K 230E B4x2LB tem motor elétrico Scania, câmbio Scania e bateria Scania-Northvolt, todos importados. A máquina elétrica oferece 230 kW, o equivalente a 310 cavalos. Seu motor é ligado a um câmbio com duas marchas. Ele vai modular nessas duas marchas e conectar no eixo traseiro. O ônibus tem um carregador de 130 kW, numa capacidade de carregamento de 150 a 170 minutos.
O propulsor é chamado EMC 1-2, tem potência contínua de 230 kW a 1.750 rpm, torque de 2.200Nm a 0 rpm (curva plana em regime contínuo) e potência de pico de 300 kW a 1.400 rpm. No motor a combustão tradicional, o máximo torque é obtido após a aceleração contínua, o que o torna em um motor elétrico diferente. Ele já desenvolve o pico de torque em zero rotação, ou seja, assim que sair da imobilidade.
O motor tem construção e design simples para facilitar a manutenção. Portanto, seu custo de manutenção é mais baixo comparado aos motores de combustão interna. Há também outra vantagem: menos ruído, o que aumenta a suavidade durante a operação. A caixa de transmissão de duas marchas traz maior conforto e eficiência em aclives e estradas irregulares.
Na interface de carregamento, o conjunto transforma a energia que recebe de um carregador externo, que neste primeiro momento será importado. A Scania já avalia os carregadores de mercado que giram em torno de 150 a 180 kW, buscando a liberdade para desenvolver uma solução localmente. O carregador proporciona maior segurança na recarga reduzindo o risco de acidentes. O módulo traseiro foi redimensionado e reforçado pra receber não só o motor, mas também a bateria.
As baterias são de NMC (lítio-níquel-manganês-cobalto), diferentes da maioria das usadas atualmente no mercado que são de LFP (lítio-ferro-fosfato). Elas dispõem de uma maior densidade de carga, o que significa menos peso total do veículo e, consequentemente, mais capacidade para transportar passageiros.
Uma grande vantagem está no fato de que as baterias são modulares, facilitando a distribuição de carga, com pacotes de 104 kW. O cliente poderá escolher seu ônibus Scania elétrico com quatro ou cinco pacotes de baterias. Dessa forma, ganha as opções de três pacotes no teto e uma no fundo do ônibus, ou quatro baterias no teto e uma na posição traseira.
As baterias serão importadas da Suécia via parceria entre Scania e a Northvolt, que as desenvolvem em conjunto para veículos elétricos. Em 2023, a Scania inaugurou uma nova fábrica de baterias em Södertälje, na Suécia, onde células de bateria são montadas para caminhões e ônibus elétricos pesados.