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Single gospel relembra época fértil dos Stones

‘Sweet Sounds of Heaven’ antecede disco de inéditas, que sairá em outubro deste ano

Música nasceu com Jagger (ao centro) aproveitando uma tarde ensolarada em Londres - Foto: Mark Selinger/ Divulgação Música nasceu com Jagger (ao centro) aproveitando uma tarde ensolarada em Londres - Foto: Mark Selinger/ Divulgação

Nada foi melhor na última semana do que “Sweet Sounds of Heaven”, novo single lançado pelos Stones. Só deixou óbvio o que se já sabe desde os anos 60: Mick Jagger e Keith Richards são mestres. E Ron Wood toca muito. Eles ainda tiveram o lindo piano de Stevie Wonder e a voz poderosa de Lady Gaga. Uma sedutora prévia do que os fãs podem esperar do disco “Hackney Diamonds”, álbum que a banda inglesa anunciou para 20 de outubro.

“Sweet Sounds of Heaven” possibilitou os melhores sete minutos e vinte e três segundos da semana. Lembra os melhores momentos do lendário grupo londrino, como “Shine a Light”, gospel gravado no disco “Exile on Main Street”, de 72, e “You Can't Always Get What You Want”, lançada no “Let It Bleed”, de 69. Richards nunca deveria parar de tocar sua guitarra, nem Wood a dele e tampouco Jagger deixar de cantar. Nada supera os Rolling Stones.

A música nasceu com Jagger aproveitando uma tarde ensolarada em Londres. Como tantas vezes nas últimas seis décadas, Keith divide os créditos com o vocalista. A faixa foi gravada em três lugares: no Henson Recording Studios, em Los Angeles, onde Gaga e Wonder registraram suas partes. Depois, houve sessões no Metropolis Studios, na cidade de Londres, berço da banda. Até o caribenho Sanctuary Studios, nas Bahamas, fez parte do itinerário.

Gaga e Wonder são velhos conhecidos dos Stones. A cantora já se apresentou com a banda britânica em 2012, num número em que interpretou a sombria “Gimme Shelter”, clássico do disco “Let It Bleed”. O pianista empresta o brilho de suas teclas à sonoridade stoniana desde os anos 70 - época em que fizeram uma turnê juntos e o soulman executava com os Rolling Stones um medley que envolvia “Satisfaction” e “Uptight (Everything’s Alright)”.

Assim como foi possível perceber em “Angry”, single lançado pelos Stones no início de setembro, “Sweet Sounds of Heaven” revela que Charlie Watts é insubstituível, ainda que Steve Jordan tenha sido baterista indicado pelo próprio Watts a Keith quando o guitarrista formou a banda X-Pensive Winos, que o acompanhou na carreira solo, nos anos 1980. O compasso de Jordan acrescentou um ritmo mais acelerado ao disco “Talk Is Cheap”, de 1988.

O novo álbum de inéditas trouxe mais uma vez os Stones para os holofotes. Na última semana, Keith criticou a música pop. “Eu não quero começar a reclamar de música pop. Sempre foi uma porcaria. Esse é o ponto. Eles fazem da maneira mais fácil e barata possível e, assim, sempre soa a mesma coisa, tem pouco sentimento nela”, disse o músico, numa entrevista ao tabloide inglês “The Telegraph”. Sobrou até para o rap: “Eu não gosto muito de ouvir pessoas gritando comigo e dizendo que isso é música, também conhecida como rap”.

Quem voltou com tudo foi Jagger. No que depender do vocalista, por exemplo, seus filhos não devem receber a herança de US$ 500 milhões, algo em torno de R$ 2,5 bilhões, após morrer. Ao “Wall Street Journal”, o músico foi questionado se pretende vender os direitos de suas músicas. Muitos músicos estão vendendo seus catálogos por quantias bilionárias.

Mas Mick Jagger, o cara que inventou essa coisa de rockstar, diz que não pretende vender catálogo da banda e dá a entender que prefere que o seu dinheiro seja doado para instituições de caridade “para fazer algo de bom pelo mundo”. “As crianças não precisam de US$ 500 milhões (R$ 2,5 bilhões) para viver bem”, responde Mick Jagger.

Com 80 anos de idade, o músico é pai de oito filhos. Karis, 52, Jade, 51; Elizabeth, 39; James, 38; Georgia, 31; Gabriel, 25; Lucas, 24, fruto do seu relacionamento com a apresentadora brasileira Luciana Gimenez; e o caçula, Deveraux, de 6 anos de idade. Jagger falou ainda sobre as suas expectativas sobre os Stones, após a sua partida. O cantor revelou que espera que o legado da banda continue, mesmo sem a sua presença. (Com Agência Estado)

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