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"Quero continuar fazendo música em outro ritmo", afirma Gilberto Gil

Gil anuncia, em coletiva de imprensa, despedida dos palcos com turnê ‘Tempo Rei’. Show irá passar por Brasília em junho de 2025

Gilberto Gil anuncia turnê "Tempo Rei", em São Paulo - Foto: Nathália Lopes/ Divulgação Gilberto Gil anuncia turnê "Tempo Rei", em São Paulo - Foto: Nathália Lopes/ Divulgação

Gilberto Gil, 82, anunciou as datas da turnê “Tempo Rei”. Será a despedida dos palcos. A revelação foi feita no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em São Paulo, durante a tarde desta terça-feira, 6. Conforme o tropicalista, as apresentações se iniciarão em março de 2025.

Gil afirma que “vários elementos” o ajudaram a chegar a tal conclusão. “Houve reflexão sobre este mercado e também sobre a exigência física necessária para esses grandes shows. Quero continuar fazendo música em outro ritmo, mas, antes, teremos essa celebração bonita junto do público e da família. Transformai as velhas formas do viver”, diz Gil.

“Tempo Rei”, inclusive, é nome de canção lançada no elepê “Raça Humana”, de 1984. “Não me iludo/tudo permanecerá do jeito que tem sido/ transcorrendo, transformando/ tempo e espaço navegando todos os sentidos”, vocaliza o artista baiano, na primeira estrofe.

Entre março e dezembro, Gil se apresentará em arenas de Salvador, São Paulo, Brasília, Belo Horizonte, Curitiba, Belém, Fortaleza e Recife. Datas na Europa e nos Estados Unidos serão anunciadas em breve. Clientes do Banco do Brasil começaram a comprar ingressos no próximo dia 19, a partir das 10h, e dia 22, meio-dia, se inicia venda para o público geral.

A produção da turnê será feita pela 30e e Gege Produções. Esperada pelos fãs, a estreia ocorrerá em Salvador. Em seguida, segue para Rio de Janeiro, com duas datas, e São Paulo, também em dois shows. Brasília recebe o artista em 7 de junho, no Mané Garrincha.


		"Quero continuar fazendo música em outro ritmo", afirma Gilberto Gil
Flora Gil, empresária - Foto: Nathália Lopes/ Divulgação.


Na coletiva, a empresária Flora Gil, esposa do tropicalista, fez um balanço da rotina vivida desde a década de 1980. “Nos últimos anos, traduzimos a carreira dele em audiovisual, em plataformas multidisciplinares e, agora, levamos essa história completa para o palco para uma última turnê de grandes proporções", diz Flora, diretora da Gege Produções.

Aos 82 anos, Gil produziu extensa discografia — talvez a mais relevante da música popular brasileira. São 60 discos, 4 milhões de cópias vendidas, nove vezes premiado com Grammy. Quem lhe inspirou a seguir pela estrada dos sons foi Luiz Gonzaga. Até ser arrebatado pelo violão sincopado de João Gilberto, explorou a musicalidade árida do sertão nordestino.

Posteriormente, descobriu as canções praieiras do compositor Dorival Caymmi. Ao conhecer o mano Caetano Veloso, na Universidade da Bahia, floresceu um sentimento de mútua camaradagem entre eles. Iniciou-se, então, uma espécie de Semana de Arte Moderna plugada, de modo que música, cinema, artes plásticas e teatro se espalhassem pelas suas percepções.

Considerado nocivo pela ditadura, o tropicalismo reuniu artistas plurais. Ao lado dos amigos Caetano Veloso, Gal Costa, Maria Bethânia e Tom Zé, Gil ajudou a tirar poeira da cultura brasileira, unindo a rebeldia sonora tocada pelos Beatles e Rolling Stones ao violão sincopado de João Gilberto. Caretas, sabe-se, ruminam coisas cruéis.

Gil retornou do exílio londrino em 72, mas antes fizera arrebatadora apresentação ao lado de Gal Costa: virou o disco “Live in London”. Um clássico, essa obra. A volta foi festejada com o roqueiro elepê “Expresso 2222”. No ano seguinte, o tropicalista realizou o histórico show na USP, que ganhou registro fonográfico — já disponível nas plataformas de streaming.

Nos anos 80, nadou nas águas do pop oitentista. Até que, duas décadas depois, celebrou legado reggae de Bob Marley com “Kaya N'Gan Daya”, de 2002. Ritmista incomparável e letrista imortalizado, fez show fechado na capital goiana em julho deste ano.

Pelo Palácio da Música, no Oscar Niemeyer, Gilberto Gil fez reverberar acentos graves e agudos de sua voz, variar figuras rítmicas, acelerar ou retardar certas passagens, como no samba “Aquele Abraço”, momento apoteótico, com breques, síncopas, gingados e improvisos. O tempo é rei, Gil!

Datas da turnê 'Tempo Rei'

15 de março de 2025 - Salvador - Casa de Apostas Arena Fonte Nova

29 de março de 2025 - Rio de Janeiro - Farmasi Arena

30 de março de 2025 - Rio de Janeiro - Farmasi Arena

11 de abril de 2025 - São Paulo - Allianz Parque

12 de abril de 2025 - São Paulo - Allianz Parque

7 de junho de 2025 - Brasília - Arena BRB

14 de junho de 2025 - Belo Horizonte - Arena MRV

5 de julho de 2025 - Curitiba - Ligga Arena

9 de agosto de 2025 - Belém - Estádio Mangueirão

15 de novembro de 2025 - Fortaleza - Centro de Formação Olímpica

22 de novembro de 2025 - Recife - Classic Hall

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