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Natureza pode ser opção de destino para relaxar no feriado

Pousada atrai centenas de goianos em busca de tranquilidade e contato com o verde

Rusticidade: Santa Branca tem uma cabana disponível para hóspedes - Fotos: Marcus Vinícius Beck Rusticidade: Santa Branca tem uma cabana disponível para hóspedes - Fotos: Marcus Vinícius Beck

A 50 metros, entre árvores e sons da fauna, havia uma cabana. Única cabana. Foi a residência deste repórter por 22 horas. Arrastando a mala de rodinha e falando sobre amenidades, caminhamos até a hospedagem. A recepcionista explicou que o sinal de internet pode oscilar, mas basta subir até o restaurante para se conectar ao mundo virtual.

“Temos televisão e funciona bem”, informou a moça, que deve ter uns 35 anos. “É? Nossa, que bacana! Só não sei se iremos querer, sabe? Queremos desligar totalmente”, respondo, com minhas mãos entrelaçadas às da minha esposa. Ela fazia aniversário. Não estava em nossos planos olhar Facebook, Instagram ou X. Procurávamos tranquilidade, sossego.

Pusemos os pés na cabana: espaço aconchegante, romântico e rústico. Depositei sobre a cama o volumoso “Ulisses”, romance que pretendia ler - não me questione o porquê - numa sexta. E detalhe: era uma desejada sexta de folga. Quase rolou um sextou literário, veja você. Me desculpa, Joyce! Pô, Houaiss, foi mal aí também! Tua tradução continua clássica, tá?

Aquela tarde, aquela tarde agradável na pousada Santa Branca, quando banhamos nos rios e caminhamos pelas ruas de terra e mergulhamos nos lagos e nadamos nas águas e bebemos cerveja, com a natureza vocalizando seus sons do Cerrado, e as vozes da simplicidade soprando em nossos ouvidos recarregam a bateria. Ah, aquela tarde ensolarada, aquela tarde nublada na pousada Santa Branca pode ser destino turístico para a Sexta-feira Santa.


		Natureza pode ser opção de destino para relaxar no feriado
Verde: pousada coloca turista em contato com sons da fauna. Foto: Marcus Vinícius Beck

Situa-se a 33 km de Goiânia e a 27 km de Anápolis. Às margens da movimentada BR-153, próximo ao trecho que coincide com a BR-060, responsável por ligar a capital goiana a Brasília, Terezópolis de Goiás tem 8.186 habitantes, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A economia local depende do ecoturismo, ou seja, milhares de pessoas passam pela pequena cidade quando estão indo para o parque ecológico.

Por lá, a ideia é fazer com que as pessoas convivam em harmonia com o bioma Cerrado. De acordo com os proprietários, preza-se no espaço por um ambiente familiar, em que a paz reina, boa receptividade é regra e alegria se espalha dentre hóspedes de diferentes idades. De fato, o repórter observou ali crianças sorridentes pulando na piscina, pais conversando uns com os outros e senhores de cabelo branco aproveitando a família.

É um milhão de metros quadrados com área verde. Muito verde, aliás - e, sim, algo precisa ser feito para frear a destruição do Cerrado. Há água por todos os cantos. Os restaurantes servem comidas caseiras. Você escolhe seu café da manhã, almoço e janta assim que realiza o check-in, num cardápio que possui massa, frango, vegetais, feijão de caldo ou tropeiro. Os bares têm cervejas long neck e vinhos. São os populares vinhos chilenos ou argentinos.

Existem três opções para curtir cachoeiras, e são todas atrativas. Pode-se ir à Bica do Jacaré, revestida por duchas naturais que proporcionam banho numa piscina artificial. Outra possibilidade é se deslocar até a Sete Quedas, a maior do espaço, localizada perto do restaurante Recanto das Águas. Já a Cristal dispõe de lugares com profundidades apropriadas tanto para crianças quanto para adultos. Atente-se ao horário: vai até às 18h.


		Natureza pode ser opção de destino para relaxar no feriado
Chalé: acomodação conta com ar-condicionado e frigobar. Foto: Marcus Vinícius Beck

Trilhas

Ao pôr a bicicleta no carro, você se credencia a adentrar a mata, pedalando pelas trilhas. A dificuldade delas é moderada, conforme afirmam os donos do local. Quem não dispensa a boa e saudável caminhada tem chance de se reconectar com a natureza também nas trilhas, vivenciando experiências únicas no verde preservado do Cerrado. Como se preza ali pela educação ecológica, convém avisar que, sob hipótese alguma, pega bem jogar lixo no chão.

Há que citar também a opção disponibilizada para a prática de mini golf, slackline ou vôlei de praia. Futebol de campo, popular dentre os frequentadores, oferece um contraponto à “natureza selvagem”. Os mais radicais agarram-se às cordas de aço da tirolesa, cuja descida custa R$ 25, mas quem quiser se aventurar duas vezes paga R$ 45. Até andar a cavalo é possível: sai R$ 26 um percurso que dura até 30 minutos, com horário das 9h às 17h.

Isso sem contar stand up, caiaque e pedalinho. Paga-se - em média - R$ 25. Pensando em custos, quanto é passar uma noite na Santa Branca? Um casal, caso fique na única cabana que há, desembolsa R$ 440 na hospedagem, mas está incluído nesse valor as refeições - bebidas são à parte. O pouso nos chalés, que possuem ar-condicionado e até frigobar, custa mais caro, podendo aumentar as despesas em até centenas de reais.

Segundo estudo das pesquisadoras Laura Marina e Sandra de Fátima, o ecoturismo proporciona contato direto com a natureza. Vivência essa, dizem, que torna-se capaz de construir em nós uma nova percepção ambiental: “uma percepção voltada ao reencontro, ao respeito e à unicidade com a natureza, com a base da vida”. Desde 1997, é o que tem feito a Santa Branca Ecoturismo. É um bom destino para passar a Sexta-feira Santa.

Como chegar

Santa Branca Ecoturismo

BR-153 e entrar à esquerda em Teresópolis

Situa-se a 33 km de Gyn

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