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Rio Verde é referência nacional do agro

Produtores revelam que visão de futuro transformou a cidade em um dos principais polos de desenvolvimento do país e consolidaram desenvolvimento com tecnologia

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A cidade de Rio Verde completou 176 anos no último dia 5 com uma festa destacadamente de polo de desenvolvimento regional. A cidade é dos principais centros de referência da agricultura de alto rendimento no país, aliando a produção agropecuária à industrialização que veio na esteira dos investimentos necessários.

Com uma população estimada de 225.000 habitantes, a quarta maior receita do Estado – perdendo apenas para a Capital, Goiânia, Anápolis e Aparecida de Goiânia – um PIB de fazer inveja em muitas metrópoles, um centro universitário que produz ciência e não mais ensino e saber, além de um IDH (índice de desenvolvimento humano) de 0,754, um dos mais altos do Brasil.

O grande salto de desenvolvimento para Rio Verde aconteceu nos anos 1970 com a abertura de novas formas de cultivo do solo e produção e introdução de conceitos de forte mecanização da agricultura. Máquinas, recursos tecnológicos, correção do solo e uma força de trabalho monumental transformaram a região em um dos maiores produtores de grãos do país. Com isso veio maior investimentos em infraestrutura, como abertura de estradas e asfalto em importantes rodovias ligando a Goiânia e Itumbiara (BR-452) e abrindo mais um eixo de escoamento da produção e atração de investimentos.

Quem participou dos projetos pioneiros desse crescimento conta com orgulho e descontração o quanto o agro transformou Rio Verde na estrela do desenvolvimento que é hoje. O paulista José Roberto Brucceli chegou em Rio Verde por volta de 1979 e lembra que veio disposto a cultivar o solo. Ele já sabia que o cultivo de arroz no cerrado era produtivo nas duas primeiras colheitas e depois disso reduzia substancialmente o volume. “Descobrimos que isso era em virtude da acidez que precisava ser corrigida”.


		Rio Verde é referência nacional do agro
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Começava aí a saga do uso de tecnologia, alta mecanização e novos cultivares que fizeram a diferença. José Roberto Brucceli lembra que Rio Verde era uma cidade já grande para a Região, com 70 mil habitantes, e que era um centro regional. “Graças a Deus veio o uso de calcáreo para correção do solo. Na primeira vez que plantamos soja, em 1981, eu colhi uma média de 32 sacas por hectare, um outro produtor colheu 11 e o terceiro não colheu nada. Hoje chegamos a colher até 70 sacas por hectare com a tecnologia e mecanização que utilizamos”.

Brucceli é incisivo ao avaliar o efeito do agronegócio no desenvolvimento de Rio Verde e toda a região que gravita sob sua liderança. “Se não fosse a soja provavelmente não haveria nem esse shopping que temos aqui. Porque a soja é agregadora de riqueza e desenvolvimento para a região onde ela está”, comenta. Em contrapartida à cana de açúcar que não mantém a riqueza na região onde é produzida. Hoje o paulista é um goiano até com sotaque e plenamente identificado com o cerrado do sudoeste goiano. “A produção agrícola de grãos incorpora a riqueza na cidade e na região, atraindo mais desenvolvimento, mais investimentos, transformação e melhoria dos eixos de escoamento”. Ele lembra que somente na área de pesquisa existem mais de 10 empresas em Rio Verde.

A dedicação de José Roberto Brucceli com as novas tecnologias e alta produção pode ser medido com o reconhecimento que ele obteve em nível nacional. Foi agraciado com a medalha “Personagem Soja Brasil”, que é o Oscar da Soja. A distinção confere a pesquisadores e produtores que contribuem para o desenvolvimento sustentável da soja no Brasil.

História

Outro personagem histórico na produção agrícola de Rio Verde é o gaúcho Carlos Cesca que está na cidade há 40 anos. Para ele o agro em Rio Verde representa o todo. “Quando cheguei aqui era outra cidade do que temos hoje. Veio gente de todo lugar do país e transformaram tudo, desde o ensino e pesquisa até a forma de administrar a cidade e da relação das pessoas”, resume.

Cesca considera que “sem o agro não vive ninguém” e que a atração de tecnologia e pesquisas que o agro trouxe para a cidade fizeram a grande diferença para o progresso.

Carlos Cesca é atualmente o “patrão” do Centro de Tradições Gaúchas (CTG), organismo cultural e de convivência dos sulistas. O termo equivale ao de “presidente” da entidade que congrega a cultura dos gaúchos. Para ele a multidisciplinariedade que o agro movimenta é resultado do progresso que o setor promove a convergência.

“Esse desenvolvimento potencial que assistimos acontecer em Rio Verde é integralmente produto ao agronegócio e isso ainda vai produzir muitos frutos bons no futuro”, profetiza.

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