Desmatamento, utilização de fogo e construção de drenos tem ameaçado o Rio Araguaia, no município de Nova Crixás. A Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Ambientais, iniciou uma investigação em resposta a denúncias que apontaram o grave impacto das atividades ilegais na região, com o objetivo de identificar os responsáveis pelas agressões ao meio ambiente.
Estima-se que mais de 20 quilômetros de drenos foram abertos com o objetivo de secar áreas úmidas, como Áreas de Preservação Permanente (APPs), veredas, lagos e lagoas naturais. A implantação desses canais artificiais representa uma séria ameaça ao ecossistema local, colocando em risco a fauna e flora da região.
Os lagos naturais, por exemplo, são considerados verdadeiros berçários para diversas espécies de peixes e outros animais aquáticos. A secagem desses ambientes, além de comprometer a reprodução das espécies, também impacta a vazão dos afluentes do Rio Araguaia, levando à diminuição do volume de água do rio.
A investigação busca não apenas identificar os autores dos crimes, mas também determinar a extensão dos danos causados ao meio ambiente. De acordo com a PC as medidas cabíveis serão tomadas para garantir a reparação dos danos e prevenir novas ações predatórias contra o bioma Cerrado.
Peritos no meio ambiente ressaltam a relevância da bacia do Rio Araguaia não só como um valioso legado natural a ser preservado para as próximas gerações, mas também como um dos afluentes essenciais para o sistema hídrico no Brasil, atuando como uma fronteira natural entre os estados de Mato Grosso, Goiás e Tocantins. Além disso, o Araguaia percorre áreas do Pará e serve como lar para diversas espécies de peixes típicos da bacia amazônica.