O governador Ronaldo Caiado (UB) marcou presença na festa de aniversário do correligionário Elmar Nascimento, deputado baiano que é um dos favoritos para suceder Arthur Lira (PP-AL) na presidência da Câmara dos Deputados. O evento, que reuniu centenas de convidados do alto e médio escalão da política nacional, ocorreu na noite desta quarta-feira (10/07), na residência do deputado Waldemar Oliveira (Avante-PE), no Lago Sul, bairro nobre de Brasília.
Na oportunidade, Ronaldo Caiado falou sobre sua pretensão de disputar a presidência da República nas eleições gerais de 2026. O goiano já é citado pela mídia nacional como pré-candidato à sucessão do presidente Lula, e tem feito movimentos no sentido de dar solidez a essa condição. Desde o início do ano, pelo menos, Caiado tem aumentado sua participação em eventos Brasil afora, discutindo assuntos que são prioridades na pauta nacional, entre eles a segurança pública, hoje o maior gargalo da gestão petista.
“Ainda tem muito tempo, mas eu sou pré-candidato dentro do meu partido, o União Brasil. Estou trabalhando desde já, não vou esperar 2025. Já estou andando o Brasil todo, já estou fazendo minhas reuniões políticas, estou fazendo reuniões com empresários, prestadores de serviços, setor imobiliário, setor rural. Tenho conversado com evangélicos, católicos. Tenho andando”, frisou.
Passo a passo
Sobre a viabilidade do seu projeto de disputar o Planalto em 2026, Caiado disse que é preciso construir as condições necessárias para que essa candidatura tenha o respaldo do eleitor. Segundo o governador goiano, para se viabilizar candidato ao cargo máximo da República, precisa, primeiro, avançar na construção de alianças partidárias e ter o apoio dos seus correligionários.
“Ninguém, na política, é candidato de ninguém se não tiver essa brecha, uma condição de você ter densidade eleitoral. É preciso construir essa condição”, explicou, reivindicando sua experiência de quase 40 anos de vida pública e de ter sido cinco vezes deputado federal, senador e duas vezes eleito governador do estado, além de ter concorrido ao Planalto em 1989.
Governador mais bem avaliado do Brasil, com índice de aprovação que chega a 86%, segundo pesquisa Genial/Quaest, Ronaldo Caiado avalia que o sucesso da sua gestão em Goiás, sobretudo pelos avanços conquistados em áreas prioritárias, como segurança pública e educação, lhe dão sustentação para se apresentar ao eleitorado brasileiro. Ele reconhece, no entanto, que o desafio é grande e que precisa trabalhar muito mais.
“Eu sou de um estado com quatro milhões de votos. Eu preciso trabalhar muito mais. Mas essas coisas não acontecem por acaso, é preciso percorrer um caminho. É preciso debater, discutir. Eu estou trabalhando”, pontuou.
Ações de governo
Ronaldo Caiado vai se dedicar ao cumprimento dos compromissos firmados na campanha eleitoral de 2022 – melhorar o atendimento da saúde, com a ampliação das policlínicas no interior do estado, construir novas unidades escolares e investir na qualidade de ensino, reforçar a segurança pública, construir e duplicar as rodovias, além de ampliar os programas de alcance social como o Mães de Goiás.
Caiado concluiu o primeiro mandato com alto índice de aprovação popular, conforme registraram as pesquisas e conseguiu a reeleição já no primeiro turno, o que o credencia a realizar um novo governo com maior ousadia e determinação.
O governador decidiu dar sequência ao trabalho de parcerias com os prefeitos goianos – seja da base aliada seja da oposição – para levar obras aos municípios. Em 2022, Caiado contou com o apoio de quase a totalidade dos prefeitos – doos 246 chefes de executivos municipais, 236 estiveram no palanque do governador.
Pretendentes
O núcleo caiadista identifica os governadores do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), do Paraná, Ratinho Júnior, e de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), como potenciais adversários pela direita. A percepção é a de que, no primeiro mandato, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) não tentará disputar.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que havia afirmado que não concorreria à reeleição – pela idade avançada - , mudou de opinião e admite enfrentar as urnas em 2026 para novo mandato ao Palácio do Planalto.
O MDB deve insistir com a candidatura da ex-senadora Simone Tebet, agora ministra do Planejamento do governo Lula.
Violência em alta pode “bombar” goiano na corrida presidencial
A nova pesquisa Quaest, divulgada quarta-feira (10), apontando uma melhoria na imagem do Governo Lula, com a aprovação subindo de 50% para 54%, mesmo dentro da margem de erro, também trouxe um indicador que pode balizar a sucessão presidencial em 2026: a temática da violência nos grandes centros urbanos, superando a saúde.
Entre os brasileiros sondados, a economia também aparece bem próxima ao temor da violência, isso associado às questões sociais. Os principais problemas do País também podem ser os mesmos daqui a dois anos, quando Lula deve ir, mais uma vez, às urnas, em busca do seu quarto mandato.
A sondagem ouviu 2 mil brasileiros, entre 5 e 8 de julho, em 120 municípios. A margem de erro é de 2 pontos percentuais. A pesquisa foi encomendada pela Genial Investimentos. Apesar de economia, violência e questões sociais estarem tecnicamente empatadas como principais preocupações dos eleitores, suas trajetórias têm variado nas pesquisas da Quaest.
Economia
Em abril de 2023, a economia era a principal preocupação, com 31% das menções, mas esse índice tem diminuído desde agosto. A violência, citada por 12%, em abril de 2023, tem mostrado uma tendência de alta, alcançando 19%, atualmente. As questões sociais, que caíram de 22%, em abril, para 13%, em dezembro, também têm mostrado uma tendência de alta desde então.
Reportando isso para o cenário eleitoral de 2026, o pré-candidato que mais pode tirar proveito dessa situação é Ronaldo Caiado, do União Brasil, governador de Goiás já reeleito, cuja temática da sua gestão é centrada no combate à violência. Na campanha, Caiado pode mostrar tudo que fez para transformar o seu Estado num dos mais seguros do País.
Em função disso, Caiado já recebeu elogios até de políticos do campo da esquerda, como o ex-senador Cristovam Buarque, do DF, e recentemente do ex-ministro Ciro Gomes, que afirmou que o governador de Goiás é um excelente gestor e que poderia ter o seu voto.