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Professor é espancado e denuncia homofobia

Caso ocorreu no último dia 9, quando o suspeito teria avançado para cima da vítima e a ameaçou de morte

Reprodução/Redes Sociais Reprodução/Redes Sociais

Um homem é suspeito de espancar o professor Rodrigo Prudente, de 42 anos, no sábado, 9, e um bar de Pirenópolis. Suspeita-se que o agressor, Thony Augusto, coordenador técnico da Piribier, tenha agido por homofobia.

De acordo com Rodrigo, ele estava acompanhado de sua aluna, Aline de Sá Pinheiro, no evento Fili Piri, quando o suspeito se aproximou dele e começou a lhe provocar com a frase: "Viadinho, professor viadinho".

Rodrigo afirma que tentou ignorá-lo para evitar uma discussão. Além disso, falou com sua aluna para irem embora do local. Ao chegar em outro bar, a vítima relata que o suspeito o perseguiu e foi até o mesmo lugar e gritou: "Rodrigo, vou te matar seu viadinho".

Nesse instante, o suspeito teria partido para cima da vítima e lhe desferido um soco no rosto, o que fez com que Rodrigo caísse. Ele afirma que foi socorrido pela aluna, que é enfermeira.

Rodrigo apresentou ferimentos o pescoço, ombro, rosto e joelho. Ele recebeu atendimento médico em uma unidade de saúde e, logo depois, registrou a ocorrência.

A vítima afirma ainda que era perseguida por Thony há cerca de seis meses, e que ele teria gritado, em meio a multidão, que "Rodrigo era um professor racista", além de tê-lo difamado nas redes sociais e na diretoria da Universidade Estadual de Goiás (UEG), onde o professor trabalha.

"Ele ficava me cerceando, levantou fake news em uma cidade pequena. Eu me senti ameaçado de todas as formas, mas nunca achei que chegasse às vias de fato como chegou. Ele me encarava com olhares intimidadores quando me via na rua e nos círculos sociais, pois temos conhecidos em comum, por se tratar de uma cidade pequena", disse.

O professor, que esperava que o agressor respondesse crimes de racismo, injúria e difamação, foi informado de que o crime foi caracterizado como lesão corporal. Rodrigo espera que haja uma adequação durante o processo.

A defesa de Thony informou que a polícia já ouviu as testemunhas e que aguarda a conclusão da investigação.

“Estando comprovado que não houve nenhuma conduta discriminatória que está sendo falsamente imputada ao meu cliente, iremos tomar todas as providências legais na esfera cível, com a devida reparação civil pelos danos morais, e na esfera criminal, pela calúnia e difamação”, disse a defesa.

O delegado Tibério Martins informou que deu início à apuração do caso. Durante a investigação, a vítima e duas testemunhas foram ouvidas. Elas relataram que estavam em um bar quando um rapaz, identificado como o agressor, proferiu palavras ofensivas à orientação sexual da vítima. Em seguida, saíram do bar e, ao chegarem a outro local, o mesmo rapaz apareceu e agrediu a vítima.

A Universidade Estadual de Goiás emitiu uma nota, na qual repudia agressão sofrida pelo professor e que se solidariza com o docente.

Confira a nota na íntegra:

"A Universidade Estadual de Goiás (UEG) vem a público repudiar com veemência a agressão sofrida pelo professor Rodrigo Prudente, da UEG Unidade Universitária de Pirenópolis, no último dia 9 de dezembro, naquela cidade.

Além de ter recebido ataques homofóbicos, o professor foi agredido fisicamente. Qualquer ato que coloque em risco a vida humana, sendo ele físico ou psicológico, vai contra o que prega a Universidade Estadual de Goiás que tem compromisso com a defesa da dignidade do ser humano, a promoção da igualdade e da inclusão de todos os cidadãos, independentemente de orientação sexual, raça, identidade de gênero, religião ou qualquer outra característica pessoal.

A Instituição trabalha para que a sociedade conviva e respeite as diferenças e fomenta a liberdade de expressão, o debate de ideias e o aprendizado constante. Buscamos promover o respeito mútuo e a tolerância, fundamentais para o desenvolvimento do saber e da cidadania. Neste sentido, é inadmissível que ainda hoje presenciemos atitudes de desrespeito ao ser humano.

Nos solidarizamos com o docente e com todas as pessoas que sofrem ataques à vida, bem como qualquer forma de constrangimento e discriminação. Reafirmamos nosso compromisso com o respeito às diferenças e repudiamos toda e qualquer manifestação preconceituosa contra negros, indígenas, quilombolas, povos ciganos, imigrantes, a população LBGTQIAPN+ e quaisquer minorias."

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