Edemar Cid Ferreira, ex-banqueiro faleceu aos 80 anos no último sábado 13 , vítima de uma parada cardíaca. Ele que já foi um dos empresários mais ricos do Brasil, morava atualmente em um apartamento alugado com 300 metros quadrados, após ser despejado de sua mansão, uma propriedade impressionante, no bairro Morumbi, na capital de São Paulo.
Cid foi acusado de crimes como lavagem de dinheiro e associação criminosa após declarar falência do Banco Santos do qual era o fundador. O Banco Central (BC) em 2004 decretou a intervenção financeira do banco e Edemar foi removido do comando da instituição. Na sequência, o BC determinou a liquidação do banco, que na época estava entre os 20 maiores do país, afundado em um déficit de mais de R$ 2 bilhões. Edemar e outros gestores da instituição tiveram os bens bloqueados.
O banqueiro chegou a ser preso duas vezes, uma das condenações que recebeu na segunda prisão resultou numa pena de 21 anos de reclusão pela Justiça Federal de São Paulo, pelos crimes de formação quadrilha, gestão fraudulenta de instituição financeira, desvio de recursos, evasão de divisas, lavagem de dinheiro e ocultação de bens e valores. Anos depois a condenação foi anulada.
Em 2015 a Justiça de São Paulo determinou que a mansão do ex-banqueiro fosse leiloada por um valor mínimo de R$ 116,5 milhões. A construção da mansão, na época, foi de cerca R$ 140 milhões. Projetada pelo arquiteto Ruy Ohtake, que recebeu R$ 1,15 milhão pelo trabalho. A decoração ficou para o decorador norte-americano Peter Marino, recebendo R$ 8,86 milhões.
Sendo arrematada somente em 2020, pelo valor de R$ 27,5 milhões, muito abaixo da determinação da justiça. Desde então, a mansão pertence ao empresário Janguiê Diniz, fundador do grupo Ser Educacional.
Edemar também era profundo conhecedor de obras de arte, chegando a possuir uma considerável fortura entre esculturas e quadros de coleções como dos artistas Victor Brecheret, Tarsila do Amaral e Jean-Michel Basquiat. A coleção contava com mais de 1,5 mil itens.
Que após os escândalos envolvendo o ex-banqueiro, a Justiça apreendeu uma grande parte delas levando a leilão para liquidar os valores devido aos seus credores, arremantando cerca de R$ 151 milhões. Edemar chegou a pedir cancelamento do leilão alegando que muitas obras não poderiam ser desmembradas por pertencer uma coleção, sob risco de perda do valor do acervo, em setembro de 2020.
Edemar teve a parada cardíaca enquanto dormia, ele deixou mulher e três filhas.