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Justiça ordena que André Valadão remova vídeos com teor homofóbico

Juiz determinou que os conteúdos sejam retirados em cinco dias úteis, sob pena de multa; Valadão afirma que suas falas foram 'retiradas de contexto'

Foto: Reprodução/Instagram/@andrevaladao Foto: Reprodução/Instagram/@andrevaladao

A Justiça Federal em Minas Gerais determinou, na noite de segunda-feira, 10, que o pastor evangélico André Valadão remova os vídeos que possam provocar "efeito potencial potencial homofóbico e transfóbico". Os conteúdos estão publicados no Instagram e no YouTube.

São nove vídeos com este teor que a Justiça determinou a retirada, ente eles o mais recente "Deus odeia o orgulho", publicado no mês em que se comemora a luta da comunidade LGBTQIA+ por direitos. Vídeo este em que Valadão supostamente compara a comunidade a "perversos".

“Vocês não sabem que os perversos não herdarão o reino de Deus? Eu amo essa frase, essa pequena frase: não se deixem enganar. Nem imorais, nem idólatras, nem adúlteros, nem homossexuais passivos ou ativos, nem ladrões, nem avarentos, nem alcoólatras, nem caluniadores, nem trapaceiros herdarão o reino de Deus", disse o pastor.

Ele ainda comparou a homossexualidade à "imoralidade sexual". "Deus destruiu a humanidade por causa da imoralidade sexual. Imoralidade sexual é um pecado grave. Não sou eu que estou dizendo, é a bíblia que diz", afirma.

Em outro vídeo, o pastor alega que "se pudesse, Deus mataria e começaria tudo de novo", e que agora "está com os fieis", o que dá a entender que a população estaria encarregada de cometer crimes contra a comunidade. Em outro trecho, ele alega que "drag queens estão ensinando sexualidade para as crianças nas salas de aula".

Na decisão, que atende a um pedido do Ministério Público Federal (MPF) em Minas Gerais, o juiz José Carlos Machado Junior determinou que os conteúdos sejam retirados do ar em até cinco dias úteis, sob pena de multa de até R$ 1 mil por dia caso a ordem não seja acatada.

De acordo com o magistrado, o pastor "excedeu os limites da liberdade de expressão e de crença" e que os vídeos podem causar "desestabilização social"

O juiz fundamentou sua decisão na equiparação do racismo à homotransfobia estabelecida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e cláusulas referenciais da Constituição Federal que destacam a necessidade de respeito à liberdade de expressão na internet, desde que estejam em conformidade com os princípios de respeito aos direitos humanos e à diversidade.

O pastor André Valadão usou as redes sociais para se manifestar pela primeira vez sobre o assunto na segunda-feira, 10. Ele expressou que tem sido alvo de deturpação, ataques e cancelamento em um 'nível indizível'. Valadão afirmou que suas declarações foram tiradas do contexto, o que causou um 'dano terrível a ele e sua família'. Ele disse 'ser contra qualquer crime de ódio ou incitação à violência'.

Em nota, a assessoria do Google informou que o YouTube já foi comunicadao e que "está verificando a situação". O DM entrou em contato com a Meta, detentora do Instagram, e o pastor André Valadão, mas até o fechamento desta matéria, não obteve retorno. O espaço segue aberto para manifestações.

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