Com o crescente acúmulo de reclamações de consumidores sobre atrasos nas entregas dos Correios, registradas em diversos sites de reclamação, os servidores da empresa iniciaram uma greve que já afeta nove estados do Brasil. A paralisação tem impactado o serviço de entrega em todo o país. A mobilização deve ganhar novo folêgo na próxima segunda-feira, 19, quando os sindicatos realizarão assembleias para discutir a possível ampliação do movimento grevista.
A greve dos trabalhadores dos Correios atingiu nove estados brasileiros e já está causando impacto significativo no serviço de entregas em todo o país. A paralisação foi confirmada pela Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios (FINDECT), que afirmou que cerca de 70% dos funcionários já aderiram ao movimento, que não tem data para terminar.
Os estados afetados pela greve são São Paulo, Alagoas, Rio de Janeiro, Ceará, Maranhão, Paraná, Piauí, Rio Grande do Sul e Tocantins. A paralisação inclui carteiros, motoristas e trabalhadores das áreas de tratamento e atendimento, interrompendo boa parte das operações diárias da estatal.
As principais reivindicações da categoria incluem a redução do custo do plano de saúde, um reajuste salarial imediato e melhorias nos benefícios oferecidos pela empresa. A primeira proposta apresentada pelos Correios foi rejeitada pelos trabalhadores. A oferta incluía um aumento de 6,05% nos salários a partir de janeiro de 2025 e um reajuste de 4,11% nos benefícios a partir de agosto deste ano, o que foi considerado insuficiente pelos sindicatos.
Na sexta-feira, 16, a diretoria da FINDECT realizou uma reunião ampliada com os sindicatos filiados e seus delegados sindicais para discutir os próximos passos após a apresentação da proposta dos Correios. O encontro contou também com a participação de representantes de sindicatos de outra federação, que permanecem em greve, reforçando a unidade da categoria.
Durante a reunião, os trabalhadores manifestaram sua insatisfação com a proposta apresentada pela empresa, que foi considerada insatisfatória e distante das expectativas da categoria. Foi decidido, portanto, pela continuidade da greve, com o objetivo de pressionar por melhores condições de trabalho, reajuste salarial e uma proposta que atenda às demandas dos funcionários.
Com a greve na Estatal muitas correspondências e encomendas estão atrasadas, criando transtornos para quem espera por um pacote importante ou depende do serviço para o seu negócio. As contas que ainda chegam pelo correio também estão demorando mais, deixando muita gente preocupada com o risco de perder o prazo de pagamento. A situação pode se intensificar se a paralisação continuar afetando cada vez mais o dia a dia de pessoas e empresas em todo o país.
Apesar da greve, os Correios informaram que todas as suas agências permanecem abertas e que medidas de contingenciamento foram adotadas para manter os serviços disponíveis à população. No entanto, estados como Goiás, que dependem de entregas vindas de portos e de outras regiões do Brasil, já estão enfrentando atrasos significativos. O acúmulo de reclamações por atrasos nas entregas tem aumentado, refletindo o impacto da paralisação nas operações da estatal.
Em nota em seu site os Correios informam que estão operando normalmente em todo o país, com 100% das agências abertas e todos os serviços disponíveis, apesar da paralisação iniciada por sindicatos em algumas localidades. A empresa implementou um Plano de Continuidade de Negócios para garantir a operação sem necessidade de ajustes nos prazos de entrega. Os Correios continuam em diálogo com as representações sindicais e emitirão boletins periódicos para manter o público informado sobre a situação.