Home / Brasil

BRASIL

Exército Brasileiro forma primeira piloto de helicóptero de combate após 39 anos

Tenente Emily de Souza Braz é a primeira oficial formada na Aviação

Imagem ilustrativa da imagem Exército Brasileiro forma primeira piloto de helicóptero de combate após 39 anos

A Aviação do Exército Brasileiro formou, pela primeira vez em 39 anos, uma mulher como piloto de helicóptero de combate. A tenente Emily de Souza Braz, que completa 25 anos neste domingo (13), alcançou a marca histórica ao se formar no Centro de Instrução de Aviação do Exército, localizado em Taubaté (SP).

Natural de Sant’Ana do Livramento (RS), município gaúcho situado na fronteira com o Uruguai, Emily é filha de um sargento e integrou a primeira turma de oficiais combatentes com participação feminina da Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), concluída em 2021.

Ao ingressar na Aman, a tenente não tinha planos de se tornar piloto. O interesse surgiu em 2020, durante uma missão de suprimentos, quando um piloto lhe presenteou com um distintivo, solicitando que o devolvesse quando ela chegasse a Taubaté, em referência ao local da formação de aviação do Exército. "Antes de eu entrar na Aman eu nem sabia que existia aviação no Exército", afirmou.

O Exército pretende ampliar a participação feminina nas forças armadas. “A gente já mudou o segmento feminino de 8% para 12% do nosso efetivo”, declarou o comandante do Exército, general Tomás Paiva. Ao todo, 14 pilotos de combate foram brevetados, incluindo a tenente Emily. “Daqui a pouco teremos uma tripulação só do segmento feminino”, acrescentou o general, destacando a presença de mecânicas na Aviação e a previsão de voluntárias no serviço militar a partir do próximo ano.

A formação dos pilotos compreende 63 semanas, com 1.400 horas de voo em aeronaves do Exército e mais de 400 horas em simuladores. De acordo com a Força, as aeronaves pilotadas por Emily têm custo médio de 50 milhões de euros. "Fomos muito unidos", afirmou a tenente, ao relatar a boa recepção pela turma e a igualdade no treinamento entre homens e mulheres.

Emily expressou o desejo de atuar em diferentes cenários, com foco na selva. “Eu pretendo cumprir missões diferentes, para ganhar experiência, me especializar cada vez mais, pretendo ir para a selva, servir lá também como piloto.” O marido, também piloto do Exército, a acompanhará.

Quando questionada sobre eventuais ambições ao generalato, respondeu: “Quero que isso seja consequência do meu trabalho, não uma prioridade.”

A formação de Emily ocorre em um momento em que o Exército brasileiro busca ampliar a presença feminina em funções estratégicas. No entanto, ainda há restrições quanto ao exercício pleno de funções de combate. Para as 1.000 vagas destinadas a voluntárias previstas para 2026, a expectativa é de atuação predominante nas áreas da Saúde e nos colégios militares.

Emily demonstrou confiança quanto ao futuro das mulheres nas forças armadas. “Recomendo [às colegas que estão vindo] que não desistam, que se dediquem. Nós somos competentes e temos capacidade.”

Leia também:

Banner

edição
do dia

Capa do dia

últimas
notícias

+ notícias