Ir ao dentista para a maioria das pessoas está associado a um evento pontual; quebrou uma restauração, dor de dente, acúmulo de tártaro ou planejamento estético, por exemplo. Essas motivações são reativas e não preventivas, o grande erro da maioria das pessoas.
Na verdade, as condições da cavidade oral como um todo devem ser vistas como uma prioridade importante pelo controle periódico, que deve ter caráter preventivo para que não seja sempre necessário uma intervenção curativa. Grande parte da prevenção é feita em casa, através de uma boa higienização bucal e uma alimentação mais saudável.
Porém, alguns problemas, mesmo com todo o empenho das pessoas em fazer sua parte, devem ser gerenciados no consultório por um profissional cirurgião-dentista, que será guiado pelo exame clínico, radiográfico e histórico do paciente. Muitas doenças podem evoluir de maneira crônica e sem sintomas ou mesmo apresentando sintomas leves e esporádicos; como exemplo, dor leve ao ingerir um doce, sensibilidade quando bebe água gelada ou cheiro ruim quando usa o fio dental.
Quando tratadas em fases iniciais, essas doenças podem ser curadas para, principalmente, evitar que o quadro evolua e se torne grave. Importante lembrar que lidamos com doenças relativamente simples, como a cárie, porém o descaso a este pequeno quadro pode levar a uma infecção grave sistêmica, visto que a circulação corpórea é única. Não raro vemos noticiada uma morte por infecção dentária.
Também existem quadros de doenças bucais crônicas, como a periodontite, que, quando não acompanhadas, podem evoluir para perda dentária e doenças sistêmicas que geram alteração do quadro clínico bucal, necessitando de acompanhamento, como é no caso da diabetes.
Não é possível estabelecer uma data rígida para o retorno ao consultório odontológico. Muitos fatores geram variações de acordo com a sua necessidade de controle. Em média, o ideal é a cada 6 meses. Dessa maneira, podemos prevenir problemas e acompanhar o quadro clínico já existente.
Vale refletir que, fora o maior benefício, que é a saúde bucal, evitamos gastos desnecessários, tempo na cadeira odontológica e desconforto no atendimento. Diante de um quadro mais simples, por prevenirmos, podemos fazer uma limpeza, mas se deixarmos para depois, não podemos nos queixar do pós-operatório de um implante...
Salientamos que a durabilidade dos tratamentos está também associada às suas manutenções. Em tempos de 'plásticas bucais', como lentes de contato dentais e reabilitações orais estéticas, a duração do resultado dependerá muito de visitas periódicas para o acompanhamento e avaliação da saúde gengival, risco de cárie e adaptação das peças protéticas.
Caso seu retorno esteja em dia, parabéns! Mas se você faz parte do percentual que vai deixando para depois, espero que nosso texto o faça repensar suas prioridades.