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A sobrecarga das mulheres da “Geração Sanduíche”

Com tantas tarefas e tanta gente para cuidar, as mulheres da “Geração Sanduíche” têm deixado a sexualidade de lado.

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O tema da redação do ENEM desse ano, colocou em destaque uma geração de mulheres chamadas de Geração Sanduíche. Você já ouviu esse termo?

Pra quem ainda não sabe, as mulheres “ensaduichadas” têm entre 40 e 50 anos e são consideradas a primeira geração a terem que cuidar simultaneamente dos filhos e dos pais.


		A sobrecarga  das mulheres da “Geração Sanduíche”
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Cada vez mais as mulheres estão adiando a gestação e tendo filhos após os 35-40 anos. Por outro lado, os pais dessas mulheres estão envelhecendo e precisando de cuidados. Soma-se a isso o fato dos filhos estarem saindo de casa mais tarde e permanecendo com os pais por muito mais tempo, sendo chamados de geração Canguru. E, se considerarmos que a expectativa de vida aumentou, essas mulheres estarão, ao mesmo tempo cuidando de seus filhos ainda crianças ou adolescentes e ainda dedicando tempo para levar os pais idosos ao médico.

Mas não é só isso! Essa mesma mulher trabalha fora, luta para ser independente financeiramente, administra a casa, precisa ter tempo para o marido ou namorado quando tem uma parceria e ainda ter tempo para cuidar de si mesma.

E o sexo? Onde fica a sexualidade dessa mulher multitarefa?


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Imagine que essa mulher é uma usina de energia solar. A depender do número de placas solares será produzida uma quantidade X de energia. Essa energia será distribuída entre as diferentes tarefas do dia a dia, mas não é uma energia infinita. Essa energia tem um limite! Se o consumo for maior que a produção, alguma dessas atividades ou deixará de ser realizada, ou não será realizada adequadamente.

E adivinhem qual atividade costuma ser deixada de lado? Justamente aquela que poderia trazer bem estar, saúde e conexão: o sexo!

A sobrecarga diária à qual são submetidas as mulheres da geração sanduíche, tem trazido adoecimento mental, físico, emocional e sexual para essas mulheres.

Quem cuida de quem cuida? Essa é a grande pergunta!

O patriarcado e a cultura machista em que todos estamos inseridos, traz uma divisão de tarefas desigual para homens e mulheres. Segundo dados do IBGE, as mulheres chegam a trabalhar 10h a mais que os homens por semana.

Um trabalho italiano, publicado em setembro de 2023, fala ainda em uma nova geração chamada de dupla sanduíche: um grupo etário dos 45-55 anos cuida de crianças pequenas e/ou adolescentes e de pais idosos, e um outro grupo etário dos 55-75 anos inclui indivíduos cujos pais ainda são vivos, embora muito idosos, e cujos filhos, agora adultos, precisam de ajuda para cuidar dos netos.

Os homens de meia idade também estão na geração sanduíche, porém as mulheres é quem acabam se dedicando mais aos cuidados dos filhos e dos pais idosos.

Importante lembrar que qualquer forma de cuidado contínuo, muitas vezes invisível e não reconhecido pela sociedade, pode aumentar o estresse, a exaustão mental e os sintomas de ansiedade e depressão.

Acredita-se que essas mulheres lancem mão de algumas estratégias para conseguirem equilibrar tantas tarefas.

As intervenções que proporcionam apoio e redução do stress incluem o trabalho em equipe, a promoção da comunicação aberta e o incentivo ao autocuidado do cuidador. Gerir tempo e energia e evitar o perfeccionismo também são estratégias importantes utilizadas por essas mulheres.


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E esse trabalho italiano termina concluindo que: “A um nível mais individual, o autocuidado é essencial para reduzir a exaustão emocional causada pelo cuidado dos pais e dos filhos. Parte desse autocuidado envolve verbalizar a necessidade de tempo para si e ampliar o cuidado familiar. Por último, mas não menos importante, é importante promover o envelhecimento ativo para que os idosos permaneçam mental e socialmente envolvidos, bem como fisicamente aptos, e sejam vistos como indivíduos que têm muito a oferecer não só no seio da família, mas também à sociedade.”

O convívio entre avós e netos traz ganhos para as duas gerações e deve ser equilibrado no sentido de não sobrecarregar quem cuida dessas duas gerações, as mulheres da geração sanduíche.

Mais estudos e ações são necessários para garantir saúde e bem estar a essas mulheres, envolvendo os 4 pilares para a qualidade de vida: Família, Trabalho, Sexualidade e Lazer.

@drajoicelima

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