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Psicóloga alerta para saúde mental em meio à catástrofes ambientais

É natural do ser humano ter medo e buscar a sobrevivência acima de tudo

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Um distúrbio caracterizado pela dificuldade em se recuperar depois de vivenciar ou testemunhar um acontecimento assustador.

A condição pode durar meses ou anos, com gatilhos que podem trazer de volta memórias do trauma acompanhadas por intensas reações emocionais e físicas.

Psicóloga alerta para saúde mental em meio à catástrofes ambientais.

Tragédia como a do Rio Grande do Sul cria um marco na vida das vítimas que perderam familiares, estruturas e referências.

A tragédia no Rio Grande do Sul por conta do excesso de chuvas faz um outro alerta para além das questões ambientais, a questão da saúde mental diante das mudanças climáticas. Com a frequência de catástrofes, cresce também a necessidade de se olhar para a saúde mental das vítimas e das equipes de socorristas.

De acordo com números recentes, pelo menos 90 pessoas morreram, 134 municípios foram devastados e mais de 1 milhão de pessoas foram atingidas.

Os números, as notícias e as imagens/áudios que circulam nas redes sociais mostram um pouco do real impacto que o excesso de água trouxe, e ainda traz, ao estado gaúcho.

Tristeza, angústia, luto e revolta são sentimentos comuns agora presentes na vida dessas pessoas que perderam familiares, casas e referências.

Tragédias como essas devastam também a saúde mental. Não há como uma pessoa sair a mesma diante de uma dolorosa experiência como essa, nem mesmo se ela conseguiu sair a tempo, se ela conseguiu salvar seus familiares e pertences.

O trauma acontece independentemente do que foi salvo ou não. Um dos principais sentimentos que acometem essas pessoas é o da impotência, o de não ter o que fazer, algo inclusive que muitas vezes sente também os socorristas. Isso é angustiante. Outro ponto é o contato com a morte.

Diversos estudos já são feitos dentro da ecopsicologia, vertente da psicologia que estuda a relação do ser humano com a natureza, que mostram como as mudanças climáticas estão afetando ainda mais a saúde mental das pessoas.

Quadros como ansiedade, estresse, distúrbios do sono, nervosismo e depressão já passam a ser associados ao medo do que realmente pode acontecer com o desequilíbrio da natureza causado pelo ser humano.

Estamos em um século ainda mais cheio de incertezas, o que envolve desde economia, política, tecnologia e chega também nas mudanças climáticas.

É natural do ser humano ter medo e buscar a sobrevivência acima de tudo, mas isso se agrava ainda mais diante deste quadro que estamos vivendo. Com a frequência desses eventos, precisamos olhar para a necessidade de todas essas pessoas, vítimas diretas ou não, que estão envolvidas, que são atingidas.

Precisamos discutir como salvar o meio ambiente e como cuidar da saúde mental das pessoas diante disso.

Apesar do trauma, há caminhos para superação.

É possível e necessário ressignificar experiências como essas para que a pessoa possa se reorganizar emocionalmente para seguir em frente a partir de novas possibilidades.

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