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Como cultivar a inteligência emocional?

Apenas administrando as emoções é que alcançamos êxito nas atividades, nas nossas relações, e em todas as áreas da nossa vida

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O desafio de hoje é entendermos melhor o que chamamos de inteligência emocional, ou seja, compreendermos a capacidade que temos para administrar nossas emoções, objetivando o alcance de determinados objetivos.

Apenas administrando as emoções é que alcançamos êxito nas atividades, nas nossas relações, e em todas as áreas da nossa vida.

Mas… como lidarmos com nossas emoções? Como controlarmos nossos impulsos? Existem emoções boas e ruins?

A primeira consideração a fazer é que não existem emoções boas ou ruins, e sim emoções certas, na circunstância certa, e na intensidade certa.

Um exemplo pra clarear essa idéia, seria uma pessoa feliz próxima à outra pessoa muito triste por algo que lhe aconteceu, e essa pessoa feliz manifestar sua emoção através de sorrisos ou gargalhadas no momento de dor do outro.

O que a inteligência emocional nos fala do medo por exemplo? O medo é um sentimento cuja finalidade é nos proteger e está ligado ao nosso instinto de sobrevivência. Ajuda-nos a manter nossa integridade física. No entanto, quando perdemos o controle do medo, essa emoção inicialmente positiva pode virar pânico e paralisar-nos.

Assim, todas as emoções são bem-vindas e o que precisa ser desenvolvido é o modo como lidamos com elas, a partir do entendimento que temos, direcionando-as para uma ação proveitosa.

Para isso, Daniel Goleman, psicólogo que trouxe com mais clareza os conceitos da inteligência emocional, explicitou 5 pilares para que se desenvolva essa competência.

O primeiro pilar, trata da autoconsciência. É a partir deste pilar que se monitora e analisa o padrão emocional, ou seja, como se reage a situações de estresse ou de sucesso, por exemplo. A autoconsciência é o primeiro passo para que se desenvolva a inteligência emocional. Trata-se do autoconhecimento. É quando se presta atenção às emoções e se identifica quais são as mais presentes, as mais difíceis de serem administradas e as mais fáceis. Mas, e quando não temos tempo para pensar nas emoções e elas escapam do controle?

Daniel Goleman fala em sequestro emocional, que é quando não se tem tempo necessário para canalizar a emoção em direção ao que se deseja, ou seja, a informação não passa pelo crivo da consciência e vai direto para a parte emocional do cérebro, liberando de forma descontrolada a energia da emoção. O sequestro emocional faz perder a racionalidade e a emoção toma conta, podendo originar atitudes agressivas e imprudentes. Assim, o antídoto é ter a percepção de nossos sentimentos e afastar-nos da situação, dar um tempo, respirar fundo para que a razão assuma o comando e não permita que a ação se descontrole por conta da emoção mal direcionada.

Uma boa prática para entender as emoções é criar o hábito de anotá-las, analisando a forma como se lidou com cada uma delas, bem como o gatilho que as desencadeou.

Quando se faz a conexão entre pensamentos e comportamentos, o motivo da ansiedade, da irritação, ou até mesmo da felicidade vem à tona e, assim entende-se o porquê do equilíbrio ou desequilíbrio das emoções durante um determinado episódio.

Um aspecto que ajuda a desenvolver a inteligência emocional é viver no aqui e agora, o que garante a presença do segundo pilar que é a automotivação. Trata-se de encontrar estímulos dentro de nós para alcançarmos determinados objetivos, direcionados ao nosso propósito.

A automotivação direciona a energia a um propósito, o que garante o alcance de metas. A automotivação é tudo, quando amamos aquilo que fazemos. Por mais que determinadas emoções interfiram, o propósito nos ajuda a lidar com essas emoções. Quem não tem um propósito sofre muito, porque não tem onde se apegar. Problemas todos temos, mas o problema é não ter propósito que gere a automotivação suficiente para lidar de forma positiva, até com as situações mais negativas e desafiadoras. O propósito unido à inteligência emocional ensina a dar valor para o que realmente tem valor.

Outro pilar destacado por Goleman é a sabedoria do relacionamento interpessoal. Trata-se de se ter boas relações, guiando as emoções dos outros. É saber lidar com tudo o que está à volta para ter uma melhor qualidade de vida e melhorar os relacionamentos mais próximos. Os gatilhos para os sequestros emocionais são mais fáceis de serem disparados quando se está com pessoas de nosso convívio, pois a guarda é baixada e o indesejado acontece. Com pessoas mais distantes, é mais fácil parar para pensar, estabelecer o equilíbrio e reagir de maneira diferente. Atenção em tudo e em tempo integral é uma das maneiras para perceber quais gatilhos podem ser disparados sem que se faça nada para se proteger.

Mais um pilar a se construir é a empatia.

Às vezes falamos muito, mas entendemos pouco de empatia.

A empatia é definida como uma habilidade de compreender precisamente os sentimentos e a perspectiva de uma outra pessoa, experimentando ou não os mesmos sentimentos dela, além de transmitir esse entendimento de forma apropriada.

O último pilar é a capacidade de lidar com relacionamentos. A inteligência emocional pode ser desenvolvida se for prática. Esse pilar pode ser considerado a base mais complicada, porque quando se precisa lidar com outra pessoa é necessário se individualizar, saber o que é seu e o que é do outro.

Todos temos a tendência de misturar as falas, pensamentos e emoções, criando uma dificuldade enorme em separar o que é o seu pensamento e o que é o pensamento da outra pessoa, o que é sua emoção e o que é emoção da outra pessoa, trazendo para si o peso do que não é seu, ou responsabilidades que não lhe foram atribuídas. Um exemplo interessante: quando uma pessoa reclama pode estar reclamando de um produto, de um processo e não necessariamente de você. A partir do momento que nos confundimos com as questões, é difícil sustentar a inteligência emocional.

Enfim, só consigo lidar bem com o outro quando consigo lidar bem comigo mesmo.

Então, depois dessas ideias, pode-se concluir, ainda que com poucos dados, sobre a importância da inteligência emocional. Isso nos leva ao desejo de conduzir nossas vidas por um caminho de maior maturidade, emoções mais alinhadas, com mais harmonia interna e externa. No entanto, é uma construção diária, onde acontecem acertos e erros. É uma caminhada que não é simples, é exigente, mas oferece grandes privilégios àqueles que conseguem fazê-la.

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