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CAROL DIDONET E O SOM DO MOMENTO 𝄞

Entrevista: D’ippolito abre novo capítulo com "Fantasia Real"

Cantor relembra trajetória do "Fama" ao "Multiverso"

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O cenário musical independente recebe com entusiasmo o lançamento de "Fantasia Real", o mais recente single do cantor e compositor D’ippolito. A faixa, que chegou às plataformas digitais em 31 de janeiro via Nikita, não é apenas uma canção inédita, mas também o prenúncio do aguardado álbum "Multiverso", um projeto carregado de história e significado para o artista.

Para D’ippolito, o lançamento de "Fantasia Real" representa um momento de revisitar o passado com uma nova perspectiva. O álbum "Multiverso" foi gravado originalmente em 2015 com sua antiga banda, DOX, mas nunca viu a luz do dia devido ao término do grupo em 2018. Agora, quase uma década depois, D’ippolito resgata essas gravações, finalizando e lançando as faixas de forma sequencial, marcando um ponto de conexão entre suas raízes e o presente.

A sonoridade de "Fantasia Real" mescla o rock alternativo com letras intensas, abordando a temática da traição em um relacionamento. A canção explora o dilema de uma mulher casada em busca de aventuras extraconjugais com alguém que visa apenas a diversão, levantando reflexões sobre escolhas, consequências e ilusões.

A trajetória de D’ippolito é marcada por diversas experiências, incluindo sua participação na segunda edição do reality show "Fama" em 2022. Ao ser questionado sobre sua evolução como artista desde então, ele reflete: "Em 2002, quando integrei a segunda edição do reality show da Globo, FAMA, eu compunha minhas músicas e já tocava minhas músicas autorais em show, em bares, festas. Isso nunca mudou. Mas o excesso de exposição foi totalmente traumatizante pra mim, por eu ser muito tímido e ter contato com muita crítica. Eu não tinha estrutura psicológica naquele momento. A ponto de eu fazer de tudo pra me esconder e não querer que ninguém soubesse, ou me vinculasse ao programa. Continuei compondo minhas músicas, mas após esse momento conturbado precisei de muitos anos de terapia e reflexão, filosofia e pensamento crítico. O que impactou totalmente no meu tipo de música, temas, letras de forma radical. Preferi evoluir minhas habilidades como produtor musical, me escondendo em estúdios de mixagem e apagar o passado. E integrei bandas de eventos como músico, preferindo ficar fora do foco de cantor. Migrei para o audiovisual, cinema e investir na parte técnica da arte. Mas nunca deixei de compor minhas doideiras no quarto. Após esses 22 anos fui conseguindo lidar melhor com o passado e encontrar um equilíbrio que me trouxesse prazer e paz. E hoje retomei com força e foco total, em carreira solo, acrescentando todas as ferramentas e experiências que adquiri no caminho."

Essa jornada multifacetada trouxe consigo aprendizados valiosos para sua carreira solo atual. "Como músico de bandas de eventos corporativos, que tocam todos os estilos de música, tive contato com muitos estilos musicais diferentes, observei dezenas de cantores que trocavam nas bandas, aprendi muito com todos. Misturando na minha veia musical não só o Rock ou o Pop, mas Black music, FunK, Soul, Sertanejo, samba e acredito que isso enriqueceu muito meu som atual," explica o artista.

Para acompanhar o lançamento de "Fantasia Real", D’ippolito produziu um lyric video caseiro, gravado em sua sala de estar. A atmosfera intimista, com iluminação de abajures e lâmpadas do ambiente, reflete a essência orgânica do projeto. "Foi algo bem improvisado, editei tudo sozinho e usei minha câmera à mão porque não encontrei o tripé," conta, evidenciando o toque artesanal do trabalho.

Olhando para o cenário da música independente no Brasil, D’ippolito expressa uma visão crítica: "Acredito que as leis de incentivo falharam desde seu conceito inicial. Pois conseguir aprovação dessas leis não é tão difícil, mas a captação de empresas interessadas na isenção de impostos é quase impossível, contemplando aqueles artistas que já têm seu espaço conquistado e associando as marcas que apoiam a grandes artistas pela maior visibilidade. Por outro lado, os bares ou eventos não querem ouvir o que não conhecem, pois o intuito de contratar bandas para eventos é entreter o público cantando clássicos da MPB. Ainda tem os festivais independentes que têm extrema dificuldade de conseguir patrocínio ou apoio e não trazem quase nenhuma visibilidade aos artistas independentes. Quando grandes empresas fazem os festivais de música independente, ou novos reality shows, a intenção dessas empresas é de divulgar a empresa e ampliar seu banco de cadastros. Mas claro, o bom negócio deveria ser o que é bom para todos. Isso deveria incluir os artistas. E se alguma rádio quiser criar programas de música autoral, geralmente é transmitido, tipo, segunda-feira chuvosa às 3 da manhã, quando quase não tem audiência, nem prejuízo para os patrocinadores das rádios. Então, acredito que está bem ruim e piorando."

Apesar dos desafios, D’ippolito demonstra entusiasmo com seus planos para o futuro após o lançamento de "Multiverso". "Sim, eu atualmente estou em carreira solo, lancei 10 faixas inéditas no ano de 2024, tô fazendo shows tocando as minhas composições de todas as épocas, misturando com releituras de músicas consagradas da MPB com roupagens ousadas, polêmicas, completamente diferentes das versões originais, como se fossem minhas composições autorais… Como por exemplo ‘Um amor, Um lugar’ do Herbert Viana, que ficou famosa na voz de Fernanda Abreu, quase que ‘NUmetal’, ou um medley de ‘O Tempo Não Para’ com ‘Vida Louca Vida’, ao estilo Hard Rock, ou ‘Quase Sem Querer’ do Renato Russo como uma Power balada em 6/8. Tocamos ao vivo, mas meu próximo projeto será produzi-las em estúdio."

Para seus fãs, que o acompanham desde os tempos da DOX, D’ippolito deixa uma mensagem inspiradora: "A ‘sefudência’ ensina muito, fortalece e, independente de qualquer percalço, vale muito a pena nunca desistir. Pois quanto maior seu conhecimento, maior será seu universo."

Com "Fantasia Real", D’ippolito não apenas resgata um projeto do passado, mas também sinaliza um futuro promissor em sua carreira solo, carregado de experiências e uma sonoridade que reflete sua rica trajetória musical. "Multiverso" promete ser um álbum que celebra a reinvenção e a persistência de um artista que encontrou seu próprio caminho.

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