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CAROL DIDONET E O SOM DO MOMENTO 𝄞

Duda Santos revela os bastidores de seu novo single "SE EU"

Faixa discute a abordagem sensível em relação ao luto e relacionamentos abusivos que estará em seu próximo EP.

Imagem ilustrativa da imagem Duda Santos revela os bastidores de seu novo single "SE EU"

Em cada música há uma história, um fragmento da alma. Em uma conversa exclusiva a cantora e compositora Duda Santos, falou sobre seu mais recente single "SE EU", onde compartilha uma das fases do luto em contrapartida de um relacionamento tóxico.

Ela revelou que a composição da música começou como uma expressão de suas próprias inseguranças e pensamentos mais profundos sobre si mesma. A faixa fará parte de um novo EP da artista, que irá explorar as demais fases do luto, onde destacou que algumas músicas do projeto foram concebidas antes mesmo de ele se tornar um projeto sobre o luto.

Leia abaixo a entrevista na íntegra:


Como foi o processo de criação e composição de "SE EU"? Que inspirações e experiências pessoais influenciaram na concepção da música?

Olha, "Se eu" foi composta bem antes do projeto sobre as fases do luto em contrapartida de um relacionamento tóxico. Então ela surgiu lá no final de 2022, meio do nada, mas desde então ela foi se ressignificando, pelo menos pra mim... Porque de início, ela foi só mais uma música que eu esboçava minhas inseguranças, meus pensamentos mais inconscientes sobre mim e a maneira pejorativa que eu me vejo em alguns momentos. Por isso começar a música com "eu não queria falar de você, eu devia falar mais de mim", faz sentido pra exemplificar aquele momento da vida que a gente acaba colocando o nosso próprio holofote na vida de outro, nesse caso no "você" por não querer se enxergar de fato ou enfrentar o que está lutando, preferindo assim mergulhar na barganha das possibilidades de se mudar pra caber no mundo.

Sobre inspirações, quando eu componho normalmente não penso em nada, as palavras ou melodias só vão saindo, não englobo artistas específicos ou gêneros. Mas com certeza pelo meu gosto pessoal do que eu escuto, artistas como a fresno, a pitty, o nx zero, a day limns, o tinn, me influenciam por osmose quando estamos falando sobre pop rock.

O EP aborda as cinco fases do luto, com "SE EU" representando a fase de barganha. Como você procurou abordar cada uma dessas fases nas músicas do projeto?

Algumas músicas desse projeto surgiram antes dele ser de fato sobre as fases do luto, mas no geral eu fui encaixando e modificando determinados pontos para caber na narrativa, sempre prezando a verdade do que eu sentiria ou sinto em determinada situação exposta. E as que foram criadas no decorrer, eu já tinha um caminho pra seguir e infelizmente tenho vivido o luto muito de perto nos últimos tempos, motivo no qual além de atrasar o projeto, me obrigou a vivenciar 100% os estágios e muitas das palavras que estou cantando, na minha própria vida.

O videoclipe de "SE EU" apresenta personagens e cenários que retratam um relacionamento abusivo. Qual foi a sua abordagem na representação desses temas delicados e complexos?

Bom, quando eu e minha roteirista Mariana Pimenta resolvemos tratar sobre esse assunto, o principal ponto foi não romantizar. Porque estamos falando de luto e ainda que se veja um tabu falar sobre esse estado, é importante, mesmo que seja difícil. Então nesse caso, quando ainda colocamos as fases do luto em contrapartida de um relacionamento que é destrutivo pro eu lírico, tudo fica ainda mais dolorido. Assim, resolvemos abordar de uma maneira mais geral, porque existem milhares de cenários possíveis para que uma pessoa se encontre num relacionamento abusivo e é óbvio que num clipe de 3 minutos não é possível almejar todas as nuances que giram em torno desse cenário complexo. Por isso, colocamos as situações o mais cotidianas possíveis, seja momentos felizes e positivos, tão quanto tóxicos e abusivos, para que se alguém que estiver assistindo se veja no lugar de se identificar minimamente, vá procurar ajuda e saia o quanto antes disso.

Você mencionou que o Thon Vieira é uma parte importante da história e contracenou no clipe. Como foi trabalhar com ele e como vocês construíram a dinâmica entre os personagens?

Sim, o Thon foi superimportante pra mim, porque eu não sou atriz e o que sei de atuação é mínimo pra dizer que não sei nada, então ele como ator formado me ensinou e ajudou muito durante todo o processo. Além é claro de interpretar perfeitamente seu papel e se entregar por completo pra essa história, sabendo o quanto é importante a gente evidenciar esses assuntos, que infelizmente são tão do nosso dia a dia.

Nossa dinâmica, se estabeleceu em estudar muito o roteiro da Mariana e seguir o máximo possível das direções que ela nos apresentou e como os dois estavam muito comprometidos, apesar de normalmente em qualquer tipo de gravação se ter que gravar algumas vezes, tudo fluiu muito fácil e profissional. Eu só posso agradecer, porque o Thon é um talento.

Além de explorar temas sérios como relacionamentos abusivos, o clipe também teve momentos reconfortantes, como a participação de suas melhores amigas. Como foi trazer esses elementos de apoio e amizade para a narrativa do vídeo?

Foi incrível e de fato muito reconfortante. Porque apesar de a fase da barganha não ser a mais conhecida quando falamos sobre os estágios do luto. Para mim, quando vivi foi uma das piores junto com a depressão. Me vi tão imersa na situação há ponto de preferir me afundar em possibilidades inexistentes e em esperanças falsas só pra não aceitar o que realmente eu estava vivendo no luto, não necessariamente por um relacionamento abusivo, mas de qualquer forma foi algo digno de pena e eu não recomendo pra ninguém. Então ter elas e meus primos na gravação me fez conseguir transformar tudo isso acima em arte e de um jeito seguro e confortável, além de demonstrar na narrativa que tá tudo bem entender que em algumas situações a gente precisa de uma rede de apoio pra abrir nossos olhos e que não tem por que se virar sozinho sempre.

Quais são seus planos futuros em relação à sua carreira musical após o lançamento deste EP? Você pretende continuar explorando temas profundos e emocionais em suas músicas?

Eu sempre espero o melhor, que todo esse trabalho duro dê os resultados necessários, que venham novos desafios, novos alcances, mas no geral tô tentando nesse momento vivenciar o presente, principalmente pelo momento de luto que eu estou sendo obrigada a passar pelo falecimento recente do meu pai... Então pela primeira vez na minha vida, quero aproveitar o agora, cada pedacinho desse lançamento, cada clipe, cada perrengue, cada fase até o ep estar disponível no mundo!

Mas pensando alto, uma coisa é certa, tenho certeza de que devo continuar explorando temas profundos, porque eu amo falar de sentimentos e não tenho a intenção de parar, ou seja, consequentemente não tem como estar nesses temas e querer se manter no raso.

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