“Não desejo suscitar convicções – desejo estimular o pensamento e derrubar preconceitos”. É com esta frase que Freud reiniciou seu ciclo de Conferências Introdutórias Sobre Psicanálise, na faculdade de medicina da Universidade de Viena, em 1917, que começo esta minha coluna de formação, partilha e muita troca de experiência aqui no Jornal Diário da Manha.
Interessante pensar que nem mesmo Freud, um homem à frente do seu tempo, conseguiu pensar e visualizar quais seriam os inúmeros caminhos de comunicar a psicanálise e a reflexão psicanalítica. E hoje, estou aqui falando com você neste espaço de profunda troca e por que não, um caminho aberto para o divã individual, onde a dor e a angústia da nossa modernidade serão analisados e sentidos.
De fato, não se trata de trazer convicções fechadas e conceitos limitantes, mas sim de abrir a possibilidade do pensar fora da caixa, e conseguir ver além e através dos sintomas que nossa sociedade nos traz. Mas Freud, muito bem sabia, precisamos ter a coragem de derrubar preconceitos, frutos de uma sociedade hipócrita que vai se perpetuando e se enlaça nas nossas relações humanas.
Muito prazer, sou o Elias Silva, filosofo, psicanalista e outras coisas que no currículo, e somente lá, faço questão de colocar. Sou amante de café, não só pelo sabor e notas olfativas que ele possui, mas por tudo que ele representa de momento, troca, diálogo, silêncio e acima de tudo possibilidade de falar e de ser escutado, enquanto se enche a próxima caneca de café. É por este motivo que escolhi este nome, para que seja capaz de romper as barreiras frias do papel e da tela, e tentar fazer sentir assim como uma boa conversa acompanhado de um cafezinho, ou vários.
A psicanálise me trouxe um grande alívio existencial, e digo aqui alívio e não cura, pois não podemos nos curar de ser gente, e esta nossa condição traz consigo muitas alegrias e possibilidades, mas também angústias e dores, que passam e perpassam cada entranha de nossa vida, e ela (a psicanálise) me proporcionou um pouco de alívio e leveza diante de tudo isto. E a partir disto, fui percebendo que tantas vidas estão sendo esmagadas por fantasias criadas por elas, ou que são empurradas por um ideal da vida atual. E por isso, fui me permitindo levar às outras pessoas esta possibilidade, sabendo claro, que aceitar ou não, é algo muito individual.
Tenho no meu consultório uma estátua do Deus grego Atlas, que retrata muito bem como estamos caminhando, ou tentando caminhar atualmente. Não sei se conhece esta imagem, mas vale a pena observá-la. Nela tem o deus grego Atlas carregando o globo terrestre nas costas, suportando todo o peso sozinho. Quando a vi, decidi logo adquiri-la pois retrata perfeitamente inúmeras pessoas que lá chega, e tantas outras que nunca passaram por lá, mas insiste em tentar carregar sozinho tanto peso.
Enfim, espero que consiga fazer você entender que fazer perguntas corretas é um elemento fundamental no caminhar humano. Sempre digo, que somente com perguntas certas, você alcançará respostas verdadeiras.
Seja bem-vindo! Te espero por aqui e lá
no meu divã no instagram @eliassilva.psi
Bom café a todos!